quinta-feira, 28 de março de 2024

Hoje na História do Mundo: 28 de Março

GUERRA DA CRIMEIA

    Em 1854, a França e o Reino Unido declaram guerra à Rússia e entram na Guerra da Crimeia (1853-56) ao lado do Império Otomano. Ao lado da Guerra da Secessão (1861-65), a guerra civil dos Estados Unidos, é uma das primeiras guerras fotografadas.

Com o declínio do Império Otomano, a Rússia tenta estender sua influência à região dos Bálcãs, ao Mar Negro e ao Mar Mediterrâneo em sua busca eterna por portos que não congelem no inverno.

Em 1853, o czar Nicolau I se declara protetor dos cristãos ortodoxos e de seus lugares sagrados em Jerusalém, que é parte do Império Otomano. Quando as forças russas entram nas províncias otomanas do Rio Danúbio, a Moldávia e a Valáquia, hoje parte da Romênia, o sultão declara guerra à Rússia em 16 de outubro.

O Império Britânico teme que a Rússia assuma o controle dos estreitos de Bósforo e Dardanelos, que ligam o Mar Mediterrâneo ao Mar Negro, bloqueando o caminho para a Índia. Na França, o imperador Napoleão III quer se apresentar como um legítimo sucessor do tio Napoleão I.

Com a derrota dos turcos numa batalha naval, a França e o Reino Unido decidem entrar na guerra. São seguidos pelo Reino da Sardenha de Vítor Emanuel II, que seria rei da Itália depois da unificação do país em 1861.

Em agosto de 1854, os aliados expulsam os russos dos Bálcãs. Para acabar logo com a guerra, desembarcam na Crimeia em 16 de setembro de 1854 e fazem um bloqueio naval e cerco terrestre à cidade de Sebastopol, base da Frota do Mar Negro da Rússia.

A Rússia vence as batalhas de Balaclava e Inkerman, mas perde outras e o conflito se arrasta pela recusa russa de aceitar os termos da paz imposta pelos inimigos.

A Guerra da Crimeia termina com a assinatura do Tratado de Paris em 30 de março de 1856. O novo czar da Rússia, Alexandre II, devolve a Bessarábia e a foz do Danúbio ao Império Otomano e à Moldávia, renuncia a qualquer pretensão territorial nos Bálcãs e é proibida de manter bases e forças navais no Mar Negro.

Com a derrota, a sociedade russa conclui que para competir com os países da Europa Ocidental precisa se modernizar. Em 1861, acaba a servidão, imposta séculos antes para que os camponeses não abandonassem a terra gelada durante o inverno.

ISTAMBUL REBATIZADA

    Em 1930, Constantinopla, a maior cidade da Turquia, antiga capital do Império Romano do Oriente ou Império Bizantino e do Império Otomano, muda de nome para Istambul.

A cidade nasce como Bizâncio em 657 antes de Cristo e mantém a independência até ser anexada ao Império Persa por Dario I em 512 AC. O domínio persa vai até 478 AC quando os gregos conquistam a cidade no contra-ataque à Segunda Invasão Persa da Grécia. Sem guerra, através de um acordo para pagamento de impostos, Bizâncio entra para o Império Romano em 150 AC.

Bizâncio vira Constantinopla em 11 de maio de 330 depois de Cristo, quando o imperador Constantino a torna capital do Império Romano. Com a divisão entre Império Romano do Ocidente, capital em Roma, e Império Romano do Oriente, em 395, Constantinopla se torna capital do Império Romano do Oriente ou Império Bizantino.

Com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, é a capital do que resta do império que dominou a Europa na Antiguidade e preserva a cultura greco-romana durante a Idade Média. Do século 5 ao início do século 13, Constantinopla é a cidade mais rica da Europa e uma ponte com a Ásia.

A queda de Constantinopla para os turcos do Império Otomano sob a liderança de Mehmet II, em 29 de maio de 1453, é o marco do fim da Idade Média. A cidade se torna capital de mais um império.

Depois da derrota na Primeira Guerra Mundial (1914-18), o Califado do Império Otomano é dissolvido em 3 de março de 1923. Nasce a República da Turquia, com capital em Ancara, e rebatiza Constantinopla como Istambul, que continua sendo a cidade mais importante. O atual presidente e protoditador, Recep Tayyip Erdogan, começou a carreira política como prefeito de Istambul e é chamado de Sultão por sua ambição de restaurar a glória do Império Otomano.

FRANCO TOMA MADRI

    Em 1939, no fim da Guerra Civil Espanhola (1936-39), as forças do generalíssimo Francisco Franco tomam Madri a caminho de derrubar a república democrática. 

A guerra civil é uma revolta de militares conservadores e nacionalistas encorajados por fazendeiros, empresários e a Igreja Católica contra o governo republicano, que tinha mais apoio entre os trabalhadores e a classe média.

Depois do pronunciamento do general Emilio Mola, uma tentativa de golpe não consegue assumir o controle de todo o país em 17 e 18 de julho de 1936, há uma guerra feroz. 

Os nacionalistas têm o apoio da Alemanha Nazista de Adolf Hitler e da Itália Fascista de Benito Mussolini, enquanto os republicanos tem a ajuda da União Soviética de Josef Stalin e de Brigadas Internacionais formadas por voluntários da Europa, dos Estados Unidos e da América Latina.

O controle da capital é decisivo para a vitória. Os nacionalistas lançam um ataque a Madri de 8 a 23 de novembro de 1936. Sem sucesso na primeira investida, os franquistas cercam a capital espanhola até tomarem a cidade dois anos e quatro meses depois.

ACIDENTE NUCLEAR NOS EUA

    Em 1979, às 4h da madrugada, a válvula de pressão do reator da Unidade 2 da usina nuclear de Three Mile Island não fecha direito e a água de resfriamento do sistema, contaminada pela radiação, vaza para prédios próximos enquanto o núcleo do reator superaquece perigosamente, no pior acidente nuclear da história dos Estados Unidos.

A usina de Three Mile Island é construída em 1974 numa barra do Rio Susquehanna, a 16 quilômetros de Harrisburg, a capital do estado da Pensilvânia. Em 1978, é inaugurado o reator nº 2, apresentado como capaz de gerar energia a preços razoáveis para o consumidor durante a primeira crise do petróleo.

Quando o sistema de arrefecimento começa a vazar, na madrugada do acidente, bombas de água para resfriamento de emergência passam a funcionar automaticamente. São capazes de resolver o problema. Mas, além da falha mecânica da válvula, há o erro humano.

Na confusão, os operadores do reator desligam o sistema d'água de emergência. O reator também é desligado, mas o calor residual da fissão nuclear continua sendo liberado.

De manhã, a temperatura do núcleo do reator chega a 4 mil graus centígrados. Com 5 mil graus, o núcleo do reator derrete e entra terra adentro contaminando toda a região.

Enquanto os operadores tentam entender o que está acontecendo, a água contaminada que escapa pela válvula danificada libera gases radioativos dentro da usina.

Pouco depois das 8h, a notícia se espalha pelo mundo. A empresa dona da usina, Metropolitan Edison, tenta minimizar o problema. Alega que não há aumento da radiação nos arredores da usina, mas no mesmo dia inspetores constatam um nível maior de radiação. O governador da Pensilvânia, Dick Thornburgh, cogita evacuar a região.

Por volta das 20h, os engenheiros responsáveis percebem que precisam religar as bombas de água do sistema de resfriamento do reator. A temperatura começa a cair e a pressão interna no reator baixa.

Faltava menos de uma hora para fusão total. Mais da metade do núcleo do reator está destruída ou fundida, mas a proteção está intacta. A situação parece controlada.

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