quinta-feira, 21 de março de 2024

Hoje na História do Mundo: 21 de Março

NASCIMENTO DE BACH

    Em 1685, Johann Sebastian Bach, um dos maiores compositores de todos os tempos, nasce em Eisenach, na Turíngia, hoje um estado da Alemanha, na época parte do Sacro Império Romano-Germânico, numa família com longa tradição musical e se torna um músico completo e o maior virtuoso de sua geração.
Bach era cravista, organista, violinista, violonista, professor, mestre de capela e fabricante de órgãos. Há quem considere o gênio da música barroca o maior compositor da história. 

O Catálogo das Obras de Bach tem cerca de 1.100 músicas autênticas. Entre suas obras mais importantes, estão o Cravo Bem Temperado, a Missa em Si Menor, A Arte da Fuga, Jesus Alegria dos Homens, a Paixão segundo São Mateus e os Concertos de Brandemburgo.


MASSACRE DE SHARPEVILLE 

Em 1960, a polícia do regime segregacionista do apartheid abre fogo de submetralhadoras contra uma manifestação pacífica da maioria negra contra restrições ao direito de viajar dentro do país, mata 69 pessoas e deixa outras 180 feridas, na favela de Sharpeville, perto de Joanesburgo, a maior e mais rica cidade da África do Sul.

O Massacre de Sharpeville deflagra uma onda de protestos. Mais de 10 mil pessoas são presas pela ditadura da minoria branca para restaurar a ordem. Diante da matança, o Congresso Nacional Africano (CNA) abandona a luta pacífica e adere à luta armada contra o apartheid

Nelson Mandela, que era influenciado pelas ideias pacifistas de Henry David Thoreau, Leon Tolstoy e Mohandas Gandhi, comanda a Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação), criada em 1961 para ser o braço armado do CNA. 

Por isso, Mandela é preso em 1962 e condenado em 1964 à pena de morte por traição, sentença comutada para prisão perpétua. Sai da prisão 27 anos depois, em 1990, para negociar o fim do apartheid e a democratização da África do Sul. 

Em 1994, torna-se o primeiro presidente eleito democraticamente da história do país. A data é o Dia da Igualdade Racial.

BOICOTE OLÍMPICO

    Em 1980, o presidente Jimmy Carter anuncia que os Estados Unidos não vão participar da Olimpíada de Moscou em protesto contra a invasão da União Soviética no Afeganistão, em dezembro de 1979. Cerca de 60 países aderem ao boicote dos EUA. Na abertura dos Jogos, o urso Micha, mascote olímpico, chora.


Os anos 1970 são um momento de degelo parcial na Guerra Fria. Com as viagens do presidente dos EUA, Richard Nixon, à China e à União Soviética em 1972, começa o período da détente. A invasão do Afeganistão é o fim desta era.

Ao todo, 5 mil atletas de 81 países participam da Olimpíada de 1980. Em retaliação, a URSS boicotou a Olimpíada de 1984 em Los Angeles.

Além do boicote à Olimpíada, Carter suspende a ratificação pelo Congresso do Segundo Tratado de Limitação de Armas Estratégicas (SALT 2), proíbe as exportações de grãos e de alta tecnologia para a URSS. Mas a grande resposta acontece no governo Ronald Reagan (1981-89), quando os EUA, a Arábia Saudita, o Paquistão e a China se unem para apoiar uma guerrilha de extremistas muçulmanos para fazer do Afeganistão o Vietnã da URSS.

INDEPENDÊNCIA DA NAMÍBIA

    Em 1990, depois de 106 anos de colonização pela Alemanha e ocupação pela África do Sul, a Namíbia conquista a independência.

O navegador português Diogo Cão vai à costa da Namíbia em 1486 e 1488, mas os contatos com europeus são poucos até 1670, quando africâneres da África do Sul exploram o território. Por volta de 1790 comerciantes e colonos vão à região, mas não exercem uma influência importante até os anos 1860, quando são abertas rotas para o comércio de marfim e depois de gado.

Nos anos 1880, a Conferência de Berlim (1884-85) faz a partilha da África entre as potências imperiais da Europa e a Alemanha coloniza a África do Sudoeste e enfrenta resistência dos hererós.

Entre 1904 e 1907, durante uma revolta contra o domínio colonial, os alemães matam de 24 a 65 mil hererós, 50% a 70% da população da tribo, e 10 mil namaquas, 50% desta tribo, no que é considerado o primeiro genocídio do século 20.

Em 1914-15, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-18), a União Sul-Africana, parte do Império Britânico, invade e toma a África do Sudoeste. Depois da guerra, a Liga das Nações dá um mandato à União Sul-Africana para administrar a África do Sudoeste sem necessidade de preparar a independência do país.

Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45), a economia cresce rapidamente com exploração de diamantes e criação de gado. No fim dos anos 1970, a renda per capita sobe para US$ 1 mil por ano (US$ 20 mil para os brancos e US$ 150 para os negros).

Desde 1947, a Namíbia pede às Nações Unidas o fim da ocupação sul-africana. As igrejas apoiam a petição e começam a preparar a sociedade civil para a independência. 

A Organização do Povo do Sudoeste da África (SWAPO) nasce em 1958 como o grande partido da maioria negra e adota a luta armada. Seus líderes são processados por terrorismo e encarcerados em 1968 na prisão da ilha de Robben, onde também estão Nelson Mandela e outros líderes do Congresso Nacional Africano (CNA), que luta contra o regime segregacionista do apartheid na África do Sul.

A partir de 1969, a SWAPO atua em toda a fronteira norte. Suas operações são facilitadas pela independência de Angola, em 1975. 

Em 1971, a Corte Internacional de Justiça da ONU considera que o mandato sul-africano acabou e reconhece o direito à independência.

Com uma crise econômica, seis anos de seca, queda na produção de pescado por causa do excesso de captura, o impacto da guerra e a má administração, a Namíbia passa a ser um peso para a África do Sul.

O Conselho de Segurança da ONU aprova resoluções que exigem a independência da Namíbia, mas a África do Sul reluta. Durante a Guerra Fria, usa como desculpa uma intervenção militar de Cuba em Angola para repelir uma invasão sul-africana.

Em 1988, a invasão sul-africana a Angola é derrotada. A África do Sul se retira de Angola em junho daquele ano. Em dezembro, começa a negociar uma transição para a realização de eleições e a independência da Namíbia sob a supervisão da ONU.

A SWAPO vence as eleições de 1989 com 57% dos votos e conquista 60% das cadeiras no parlamento. Seu líder, Sam Nujoma, é o primeiro presidente da Namíbia independente.

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