segunda-feira, 25 de março de 2024

Hoje na História do Mundo: 25 de Março

FUNDAÇÃO DE VENEZA

    Em 451, é fundada a cidade de Veneza, capital da Província de Veneza e da Região do Vêneto, situada sobre 117 ilhas ligadas por pontes e separadas por canais, que foi centro de uma república voltada para o mar, a República Sereníssima de Veneza, uma potência naval, e o principal porto da Europa no fim da Idade Média, uma ligação cultural e comercial com a Ásia.

Famosa pela arquitetura e pelas obras de arte, a cidade antiga é patrimônio histórico, artístico e cultural da humanidade. É a Rainha do Adriático, a Cidade da Água, a Cidade Flutuante, a Cidade dos Canais.

A República de Veneza (810-1797), uma potência marítima no fim da Idade Média e durante o Renascimento, ponto de parada nas Cruzadas (1095-1291) e na Batalha de Lepanto (1591), quando a Liga Santa Católica Italiana, com a participação da Espanha, de Veneza, dos Estados Pontifícios, de Gênova, da Toscana, da Saboia e dos Cavaleiros de Malta, vence o Império Otomano e acaba com a expansão turca no Mar Mediterrâneo.

Depois das guerras napoleônicas e do Congresso de Viena (1814-15), Veneza é anexada pelo Império Austríaco até se tornar parte do Reino da Itália após a Terceira Guerra da Independência da Itália, em 1866.

CAPELA ARENA

    Em 1305, a Capela Arena, com afrescos do pintor florentino Giotto, é consagrada em Pádua, na região do Vêneto, na Itália.

A capela é construída no início do século 14 pelo rico banqueiro Enrico Scrovegni num local com acesso direto do palácio da família e decorou o interior com pinturas de Giotto. 

O Juízo Final ocupa toda a parede do lado oeste. As outras pinturas representam a vida e a paixão de Jesus Cristo, a vida da Virgem Maria, de São Joaquim e de Santa Ana, a Anunciação e Pentecostes

A Capela Arena fica ao lado de um mosteiro agostiniano, o Mosteiro dos Eremitas. Ambos fazem parte dos Museus Cívicos de Pádua, onde se obtém informações sobre visitação.

REI DA ESCÓCIA

    Em 1306, Roberto de Bruce é coroado em Scone rei da Escócia como Roberto I.

Descendente de anglo-normandos e gaélicos, Roberto nasce em 11 de julho de 1274, provavelmente no Castelo de Turnberry. Seu avô paterno, Roberto de Brus, reivindica o trono da Escócia depois da morte do rei Alexandre III. 

Roberto de Bruce, Conde de Carrick, apoia a reivindicação da família ao trono e luta ao lado de William Wallace contra o domínio pela Inglaterra do rei Eduardo I. Em 1298, é nomeado Guardião Supremo da Escócia junto com João III Comyn e Guilherme Lamberton, bispo de São André.

Em fevereiro de 1306, Roberto de Bruce mata Lorde Comyn. É excomungado pelo papa, mas aproveita para ocupar o trono. As forças de Eduardo I avançam e derrotam Roberto I na Batalha de Methven. Ele foge para as Ilhas Hébridas e a Irlanda.

Roberto I volta, vence os ingleses na Batalha de Loudoun Hill, em maio de 1307, e inicia uma guerra de guerrilhas bem-sucedida contra os ingleses, mas também precisa enfrentar rivais escoceses para estabilizar a situação e convocar o primeiro Parlamento da Escócia, em 1309.

Depois de uma série de vitórias contra os ingleses, Roberto I conquista uma vitória decisiva contra Eduardo II, da Inglaterra, na Batalha de Bannockburn, em junho de 1314, e restabelece a independência do Reino da Escócia, confirmada pelo Tratado de Northampton em 1327, quando o o rei Eduardo III renuncia à reivindicação de soberania sobre o território escocês

TRÁFICO DE ESCRAVOS

    Em 1807, o Parlamento Britânico aprova uma lei para acabar com o tráfico de escravos do continente africano, mas a escravidão continua nas colônias do Mar do Caribe, conhecidas como Índias Ocidentais Britânicas.

A escravidão é declarada ilegal no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda no Caso Somerset, em 22 de junho de 1772, por decisão de Lorde Mansfield, William Murray, Conde de Mainsfield, a maior autoridade judiciária do país, no início da Revolução Industrial, que precisa de consumidores e não mais de escravos.

James Somerset é um escravo de James Stewart, um comerciante escocês que tem negócios com tabaco em Norfolk, na colônia da Virgínia, e depos em Boston, na colônia de Massachusetts, hoje parte dos Estados Unidos. Quando eles voltaram para a Inglaterra e Somerset fica doente, é abandonado na rua.

O caso chama a atenção de Granville Sharp, o pai do nascente movimento abolicionista no Reino Unido. Quando Somerset recupera a saúde sob os cuidados de Sharp, Stewart manda prendê-lo com a intenção de negociá-lo na Jamaica.

Quando descobre a intenção de Stewart de vender o escravo, Sharp entra com um pedido de habeas corpus. Em sua decisão, o chefe do Poder Judiciário declara que "o estado de escravidão é de tal natureza que é incapaz de ser introduzido por quaisquer razões, morais ou políticas, mas apenas pelo direito positivo que preserva sua força muito depois das razões, ocasião e o tempo em que foi criado se apagaram da memória. É tão odioso que nada pode ser tolerado para apoiá-lo, a não ser o direito positivo. Quaisquer que sejam os inconvenientes, portanto, que possam resultar de uma decisão, eu não posso dizer que este caso é permitido ou autorizado pela lei da Inglaterra e, portanto, o negro deve libertado."

Lorde Mansfield atua como um chefe do Judiciário liberal até a morte em 1793. O movimento abolicionista cresce partir de sua decisão e ganha força em 1783. Uma tentativa de um norte-americano de levar um escravo para o Canadá leva à primeira lei contra a escravidão no Império Britânico, em 1793. 

O tráfico é abolido em 1807. De 1808 a 1860, a Esquadra do Oeste da África da Marinha Real resgatou 150 mil africanos transportados em navios negreiros no Oceano Atlântico.

A escravidão é totalmente abolida no Império Britânico em 1838. A Lei da Abolição da Escravatura recebe a sanção real em 28 de agosto de 1833 e entrar em vigor em 1º de agosto de 1834. Sob pressão do Parlamento de Westminster, as assembleias de todas as colônias são forçadas a acabar com a escravidão a partir de 1º de agosto de 1838, o que em muitos casos foi atrasado pela necessidade de indenizar os senhores, não os escravos.. 

MERCADO COMUM EUROPEU

    Em 1957, a Alemanha, a Bélgica, a França, a Holanda, a Itália e Luxemburgo assinam o Tratado de Roma e criam a Comunidade Econômica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euratom) para promover integração, a paz e o desenvolvimento na Europa depois de duas guerras mundiais.

 

A integração europeia começa com o Plano Schuman. Em 9 de maio de 1950, cinco anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), o ministro das Relações Exteriores da França, Robert Schuman, propõe a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) para controlar a produção de matérias-primas essenciais à indústria bélica e assim garantir a paz na Europa. A CECA nasce no ano seguinte, com os mesmos países que formariam a CEE.

A Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido entram em 1973. Depois da democratização nos 1970, é a vez de Grécia em 1981, e Portugal e Espanha em 1986. É a Europa dos 12. Neste mesmo ano, é assinado o Ato Único Europeu, que cria o mercado único, abolindo as restrições à circulação de mercadorias e cidadãos.

Em 1992, o Tratado de Maastricht, cria a União das Comunidades Europeias ou União Europeia (UE), o nome atual do bloco. Com o fim da Guerra Fria, em 1995, aderem três países neutros: Áustria, Finlândia e Suécia. 

No mesmo ano, é assinado o Acordo de Schengen, que abole as fronteiras internas, com a exceção de Reino Unido e Irlanda por causa da guerra civil na Irlanda do Norte e do terrorismo do Exército Republicano Irlandês (IRA).

Outro marco importante da integração é a adoção de uma moeda comum, o euro, que entra em circulação em 1º de janeiro de 2002, depois de ser usado por três anos como moeda contábil.

Como havia o compromisso histórico de integrar os países da Europa Oriental quando se tornassem democracias com economia de mercado, em 2004, houve uma grande ampliação, com a entrada de Polônia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Letônia, Lituânia, Chipre e Malta. Bulgária e Romênia aderem em 2007.

Hoje, Albânia, Macedônia do Norte, Montenegro e Sérvia estão negociando o acesso ao bloco. Bósnia-Herzegovina, Moldova e Ucrânia são candidatas.

FIM DA MARCHA DE SELMA

    Em 1965, sob a proteção do Exército dos Estados Unidos e do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal norte-americana, o líder negro Martin Luther King Jr. e outros ativistas do movimento pelos direitos civis completam a marcha de Selma e Montgomery, no estado do Alabama, duas vezes interrompida com violência pela polícia estadual.

A marcha de 86 quilômetros ia de Selma até Montgomery, a capital do Alabama, um dos estados mais pobres, conservadores e racistas dos EUA. 

Quando os manifestantes cruzam a ponte Edmund Pettus, nos arredores de Selma, em 7 de março, recebem a ordem de se dispersar. Momentos depois, a polícia ataca com chicotes, cassetetes e gás lacrimogêneo. Dezessete manifestantes são hospitalizados. É o Domingo Sangrento da luta contra a segregação racial nos EUA.

A violência sai na televisão e na imprensa, gerando manifestações de protesto em 80 cidades. Em 9 de março, o reverendo Martin Luther King Jr. lidera um marcha de 2 mil pessoas na mesma ponte.

Em 15 de março, o presidente Lyndon Johnson fala na necessidade de reformar a lei eleitoral para dar o direito de voto aos negros. A Lei do Direito de Voto é aprovada cinco meses depois.

Luther King e 25 mil pessoas completam a marcha em 25 de março, sob a proteção do Exército dos EUA e do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal norte-americana.

Em 2020 e 2023, o presidente Joe Biden participa da manifestação em Selma, como parte da campanha e tendo em vista o lançamento da candidatura à reeleição.

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