EMENCIPAÇÃO DOS SERVOS
Em 1861, depois da derrota na Guerra da Crimeia (1853-56), o czar reformista Alexandre II proclama o Manifesto de Emancipação e liberta todos os servos.
A servidão tem origem no século 12 e se torna a relação dominante entre os camponeses e a aristocracia rural na Rússia no século 17. No rigoroso inverno, grande parte das terras é coberta de neve e gelo. O solo congelado não permite o cultivo. A servidão é uma maneira de prender os trabalhadores rurais para que não abandonem a terra.A derrota na guerra muda a opinião pública na Rússia. A percepção é que sem reformar a estrutura social arcaica a Rússia não estará ao nível das potências ocidentais (França e Reino Unido) que a venceram em aliança com o Império Otomano (turco).
O czar anuncia a intenção da acabar com a servidão em discurso à nobreza em abril de 1856. No ano seguinte, pede a comitês provinciais que apresentem propostas. No fim de 1859, esses comitês fazem suas sugestões. O Conselho de Estado finaliza o projeto em janeiro de 1861 e o encaminha a Alexandre II.
O edito final tenta equilibrar os interesses de liberais, conservadores, burocratas e da aristocracia rural. Ninguém fica muito satisfeito, especialmente os camponeses. Eles conseguem a liberdade e recebem promessas de que vão ganhar terras, mas o processo é lento, burocrático e caro.
Durante o processo, os camponeses continuam servindo aos senhores enquanto é feito um inventário dos bens, calculado o tamanho e o preço do lote, que legalmente pertence aos senhores. Os camponeses tomam empréstimos do governo a serem pagos em 49 anos. Em 1881, 85% têm sua própria terra.
PAZ DE BREST-LITOVSK
Em 1918, no fim da Primeira Guerra Mundial (1914-18), o Segundo Tratado de Brest-Litovsk acaba com as hostilidades entre a Rússia Soviética e os Poderes Centrais (Alemanha, Áustria-Hungria, Bulgária e Império Otomano).
A guerra começa em 28 de julho de 1914, quando a Áustria-Hungria ataca a Sérvia um mês depois do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, pelo estudante radical sérvio Gabrilo Princip, em Sarajevo, na Bósnia.
A Alemanha apoia a Áustria, com que tinha um acordo defensivo, a Tríplice Aliança, que incluía também a Itália. A Tríplice Entente (França, Reino Unido e Rússia) entra na guerra ao lado da Sérvia.
O líder comunista russo Vladimir Lenin passa a guerra no exílio na neutra Suíça fazendo campanha contra a guerra em que, na sua visão, soldados das classes baixas se metam num conflito de interesse das burguesias nacionais. Lenin repudia a adesão à guerra de partidos social-democratas como o da Alemanha.
Quando a Revolução de Fevereiro derruba o czar Nicolau II e a monarquia na Rússia, a Alemanha autoriza Lenin a atravessar o país para voltar a seu país. Logo, ele lança as Teses de Abril, em que repudia a guerra e a república parlamentar, defende a revolução proletária, todo o poder aos sovietes (assembleias populares) e a criação de uma nova internacional dos trabalhadores que exclua os sociais-democratas.
A Revolução Bolchevique (Comunista) toma o poder na Revolução de Outubro, na noite de 24 para 25 de outubro, 6 e 7 de novembro pelo calendário gregoriano, adotado depois da revolução. Em 8 de novembro, o governo soviético pede negociações de paz à Alemanha. A Rússia perde 4 milhões de pessoas na guerra. Um armistício é firmado em 15 de dezembro. As negociações de paz começam em 22 de dezembro.
A Alemanha tem todo o interesse na paz com a Rússia para concentrar o esforço de guerra na frente ocidental, onde leva vantagem até os Estados Unidos entrarem na guerra. O líder comunista Leon Trotsky, comissário de relações exteriores do novo regime, lidera a delegação bolchevique.
É uma "paz vergonhosa", admite Lenin. A Rússia abre mão do controle sobre a Finlândia, a Polônia, os países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), a Bielorrússia, a Ucrânia, os distritos turcos de Ardaham e Kars, e a região georgiana de Batumi. Perde um milhão de quilômetros quadrados e 56 milhões de habitantes.
Com a revolução que derruba a monarquia alemã em 9 de novembro de 1918 e a rendição da Alemanha em 11 de novembro, no fim da guerra, a Finlândia, a Estônia, a Letônia, a Lituânia, a Polônia conseguem a independência. Na guerra civil que se segue à Revolução Comunista na Rússia, os bolcheviques assumem o controle da Bielorrússia e Ucrânia, que se tornam repúblicas da União Soviética, fundada em 1922.
BANDEIRA SALPICADA DE ESTRELAS
Em 1931, o poema The Star-Spangled Banner (Bandeira Salpicada de Estrela), escrito por Francis Scott Key depois de assistir ao ataque ao Forte McHenry em Maryland, em 1814, durante a Guerra de 1812 contra o Império Britânico, é adotado oficialmente como Hino Nacional dos Estados Unidos.
A partir de 1889, a música passa a ser tocada pela Marinha dos EUA nas cerimônias de hasteamento e descida da bandeira. Em 1916, o presidente Woodrow Wilson a proclama hino das Forças Armadas. Em 1931, passa a ser o hino nacional dos EUA.
RACISMO E VIOLÊNCIA POLICIAL
Em 1991, a polícia de Los Angeles espanca o negro Rodney King, um condenado por roubo que está em liberdade condicional, depois de uma perseguição de 13 quilômetros de carro e helicóptero porque ele dirigia em velocidade excessiva. A cena é gravada em vídeo.
Os policiais mandam King e dois amigos deitar no chão. Os amigos obedecem, mas ele fica de quatro. Quando os agentes tentam forçá-lo, King resiste e leva dois tiros de armas de choque, que disparam dardos com potência de 50 mil volts.Neste momento, da varanda de seu apartamento do outro lado da rua, George Holliday começa a gravar. O vídeo de um minuto e 29 segundos torna King num personagem da história dos Estados Unidos. Ele levanta e corre em direção ao policial Laurence Powell, que o ataca com um cassetete.
Rodney King cai e entre 18 e 51 segundos do vídeo, leva cacetadas de Powell e de Timothy Wind. Aos 55 segundos, Powell desfere um golpe que faz King rolar e ficar de bruços. Dez segundos depois, o terceiro agente, Ted Briseno, pisa do alto das costas da vítima.
Dois segundos depois, Powell e Wind voltam a dar cacetadas, e Wind chuta o pescoço de King quatro vezes. Aos 89 segundos, depois de 56 cacetadas, ele põe as mãos nas costas e é algemado. O sargento Stacey Koon, o oficial responsável, não fez nada para impedir a agressão.
Uma ambulância o leva para o hospital com uma perna quebrada, várias fraturas no rosto, hematomas e contusões. Sem saber que haviam sido filmados, os policiais declaram em relatório que não usaram muita força e que o preso sofreu apenas cortes e lesões "de menor natureza".
Quando os policiais são absolvidos por um júri popular em Simi Valley, no condado de Ventura, há uma explosão de violência. Em dias, 60 pessoas são mortas e 2 mil saem feridas. Os danos à propriedade chegam a US$ 1 bilhão, nos distúrbios mais destrutivos do século 20 nos EUA.
Em 1º de maio, o presidente George W. Bush manda tropas federais e policiais especializados na contenção de distúrbios para acalmar a situação.
Os policiais são processados de novo pela Justiça Federal por violar os direitos de King ao empregar força irrazoável. Koon e Powell são condenados a dois anos e meio de prisão. Na Justiça Civil, King recebe US$ 3,8 milhões em ação contra o Departamento de Polícia de Los Angeles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário