Em meio a um escândalo de corrupção e tráfico de influência, com milhões protestando há um mês e meio nas ruas das grandes cidades da Coreia do Sul, a presidente Park Geun Hye admitiu hoje deixar o poder e pediu à Assembleia Nacional que encontre uma solução constitucional para a mudança de governo.
Num pronunciamento surpreendente em rede nacional de televisão, Park pediu desculpas, mas não renunciou, numa manobra para ganhar tempo, na opinião de seus acusadores. Mas deixou claro que não tem mais condições de governar o país.
"Vou entregar meu futuro ao Parlamento, inclusive uma redução do meu mandato", declarou a presidente sul-coreana. "Se os partidos do governo e da oposição fizerem um plano para minimizar a confusão na administração pública e transferência segura do poder, vou deixar a Presidência, de acordo com os devidos procedimentos legais."
Seu discurso desestabilizou momentaneamente a oposição, que pretende iniciar um processo de impeachment na Assembleia Nacional. O julgamento político pode durar meses. Para destituir a presidente, são necessários 200 votos, dois terços do parlamento sul-coreano.
Park é acusada de favorecer uma amiga e confidente que usou a intimidade com a presidente para pedir dinheiro de grandes empresas sul-coreanas como a Samsung para seus projetos pessoais.
Se a presidente for impedida, o primeiro-ministro assume interinamente até a eleição de um novo presidente, em 60 dias.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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