terça-feira, 29 de novembro de 2016

Avião da Chapecoense pode ter ficado sem combustível

O avião fretado para Associação Chapecoense para o trecho final da viagem para Medelim, na Colômbia, onde disputaria a primeira final da Copa Sul-Americana, não tinha autonomia de voo suficiente para cobrir a distância e pode ter ficado sem combustível, declarou a especialista americana Mary Schiavo, ex-inspetora-geral do Departamento de Transportes dos Estados Unidos.

À uma hora da madrugada de hoje, o piloto entrou em contato com a torre de controle do aeroporto de Medelim para avisar sobre uma pane elétrica e pedir autorização para fazer um pouso de emergência. Quinze minutos depois, o avião desapareceu dos radares e caiu, matando 71 pessoas.

Só seis pessoas sobreviveram, três jogadores da Chapecoense, dois tripulantes e um jornalista. A aeromoça boliviana sobrevivente Ximena Suárez disse à televisão americana que o problema foi falta de combustível.

Em entrevista à CNN, Mary Schiavo observou que a autonomia de voo da aeronave era um pouco maior do que a distância a ser percorrida. Isso pode ser um problema caso o avião tenha de fazer manobras extras ou mudar de rota por qualquer razão. Na realidade, a autonomia era menor. O avião deve ter sido reformado para aumentar a capacidade de combustível.

O Avro RJ85 ou BAe 146, fabricado pela companhia britânica British Aerospace (BAe), é um avião para curtas distâncias, com autonomia de voo de até 3 mil quilômetros. Parou de ser produzido em 2002. Como a distância em linha reta entre Santa Cruz de la Sierra e Medelim é de 3.015 km, para fazer a viagem o aparelho precisava ter sido reformado para ampliação do tanque de combustível.

Outro especialista ouvido pela CNN afirmou que a investigação deve focar na companhia aérea boliviana Lamia. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) do Brasil não autorizou um voo fretado da Lamia do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, até Medelim, na Colômbia, porque a empresa é boliviana e a Bolívia não era origem nem destino do voo.

A solução foi levar a equipe até Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, de onde saiu o voo rumo à tragédia.

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