O candidato apoiado pelo ex-presidente Michel Martelly, Jovenel Moïse, de centro-direita, venceu a eleição presidencial de 20 de novembro no Haiti no primeiro turno com 55,67% dos votos, apontam os resultados oficiais. Observadores nacionais e internacionais declararam que a votação foi realizada em condições satisfatórias.
Em segundo lugar, ficou Jude Célestin, da Liga Alternativa pelo Progresso e a Emancipação Haitiana (LAPEH), com 19,52% dos votos, seguido por Moïse-Jean Charles com 11,04%, Maryse Narcisse com 8,99%, anunciou Uder Antoine, alto funcionário do Conselho Eleitoral Provisório.
A votação transcorreu sem maiores incidentes, mas a tensão cresceu durante a apuração. Quando o Partido Haitiano Tèt Kale (PHTK) declarou vitória, no dia seguinte, centenas de partidários de Maryse Narcisse reagiram furiosamente. Tèt Kale é cabeça careca no dialeto haitiano creole.
A eleição presidencial anterior, realizada em 25 de outubro de 2015, foi anulada por causa de "fraudes maciças".
Em meio a um processo democrático caótico no país mais pobre da América, que ainda não se reconstruiu depois do violento terremoto de 2010 e foi duramente atingido por um furacão neste ano, a maioria da população do Haiti não foi às urnas. A participação foi de apenas 21,69%.
Quando eu era editor internacional do Repórter Brasil, da TV Brasil, entrevistei o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon. Uma das perguntas foi: "A sociedade internacional vai fracassar mais uma vez no Haiti?"
Ban deu um sorriso amarelo de quem não gostou muito do questionamento à seriedade do compromisso do resto do mundo com o Haiti e garantiu que não. Desta vez, afirmou o secretário-geral da ONU, com promessas de ajuda internacional de US$ 10 bilhões feitas depois do terremoto de Porto Príncipe, os haitianos teriam uma chance de sair da miséria. O mundo continua devendo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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