Os três partidos de oposição com deputados na Assembleia Nacional da Coreia do Sul decidiram hoje iniciar um processo de impeachment contra a presidente conservadora Park Geun Hye, acusada de corrupção, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
O Partido Democrático, o maior da oposição, criou uma comissão de alto nível para lutar pelo afastamento da presidente, enquanto os dois menores, o Partido da \justiça e o Partido Popular aderiram formalmente ao movimento pelo impeachment.
Pela Constituição de Coreia do Sul, a presidente só pode ser processada pelo Supremo Tribunal por traição. A abertura de um julgamento político da presidente exige a maioria absoluta da Assembleia Nacional, de 300 deputados. Para o afastamento definitivo, são necessários dois terços ou 200 votos.
O escândalo de tráfico de influência envolve a líder xamânica Choi Soon Sil, filha de Choi Tae Min, o suposto mentor da presidente Park. Choi Soon Sil teria usado sua proximidade com a presidente para pressionar empresas sul-coreanas a financiar fundações e instituições supostamente não lucrativas.
Quando a relação suspeita foi revelada, começou uma onda de manifestações que chegou a levar 1 milhão de pessoas às ruas de Seul, a capital da Coreia do Sul, nos maiores protestos da história do país. A popularidade da presidente caiu a 5% e a praticamente zero entre os jovens.
Depois de três décadas de democracia e de ter se tornado um país desenvolvido, a Coreia do Sul é o país com a Internet mais rápida do mundo e tem o maior número de telefones inteligente por habitante do planeta. Mas ainda sofre com o nepotismo e a burocracia no setor público, as relações promíscuas entre os políticos e os grandes conglomerados econômicos, e com uma cultura que preza laços familiares e regionais. Tudo isso contribui para a corrupção institucionalizada.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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