O presidente do México, Enrique Peña Nieto, revelou hoje que falou por telefone com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Eles marcaram um encontro antes da posse de Trump, em 20 de janeiro, noticiou o jornal mexicano El Economista.
"Falei com o presidente eleito Donald Trump para expressar minha felicitações por seu triunfo", declarou Peña Nieto". Foi uma conversa cordial, amável e respeitosa. Coincidimos em que devemos trabalhar por uma relação de confiança, de um futuro compartilhado."
A reunião faz parte da tentativa do governo do México de se antecipar às medidas a serem tomadas pelo futuro presidente dos EUA. Peña Nieto quer saber quais as verdadeiras propostas de Trump depois da vitória numa campanha eleitoral selvagem em que acusou os mexicanos de imigrantes ilegais, criminosos, estupradores, assassinos e traficantes de drogas.
Entre as promessas de campanha de Trump extremamente negativas para o México, estão a construção de um muro na fronteira sul dos EUA e a renegociação ou denúncia do Acordo de Libre Comércio da América do Norte (Nafta), que o presidente eleito descreveu como "um dos piores acordos comerciais da história".
O governo mexicano já admite "modernizar" o Nafta, mas se opõe a uma negociação ampla. Um dos objetivos do acordo, assinado em 1993 pelo então presidente americano Bill Clinton, é justamente promover o desenvolvimento econômico do México para reduzir a imigração ilegal para os EUA.
Se a economia do México entrar numa crise séria, a migração só tende a aumentar. Depois de cair 12% com a notícia da vitória de Trump, o peso mexicano subiu 3,8% ontem, mas hoje está em queda de 3,2%.
Trump também falou por telefone com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. Tradicionalmente o Canadá é o primeiro país visitado por um novo presidente dos EUA. O apoio do Canadá ao Nafta é crucial para o México, que vende mais de 80% de suas exportações para o mercado americano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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