O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ameaçou no sábado a República Islâmica do Irã e a milícia xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), aliada de Teerã, com "golpes como nunca sonharam" e declarar estar disposto a fazer qualquer coisa para evitar que a ditadura teocrática iraniana tenha armas nucleares. Como Israel tem armas atômicas, a ameaça deve ser levada a sério.
Num sinal de isolamento do primeiro-ministro dentro do próprio gabinete de guerra, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o ex-vice-primeiro-ministro e ex-comandante das Forças de Defesa de Israel, Benny Gantz, se recusaram a participar da entrevista.
Em artigo no jornal francês Le Monde, o historiador francês Jean-Pierre Filiu, professor da Sciences Po, o Instituto de Estudos Políticos de Paris, observa que Netanyahu e o ditador russo, Vladimir Putin torcem pela volta do ex-presidente Donald Trump à Casa Branca e farão todo o possível para prolongar a guerra, enfraquecer o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden e dividir o Partido Democrata. Considera isso desastroso para a União Europeia, o Oriente Médio e a Ucrânia – e para a democracia, acrescento eu.
O professor Filiu conclui que "em 2024 o destino da Europa está em jogo em Gaza."
Uma das táticas de Israel na luta contra grupos terroristas e inimigos em geral é o assassinato político. O país tem um longo histórico de assassinato de inimigos no exterior desde antes de sua fundação, inclusive de líderes do Hesbolá e do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
Inevitavelmente, isto vai provocar retaliações dos grupos atacados, aumentar o risco de ampliação do conflito, de envolvimento direto do Irã, de atentados terroristas contra alvos judaicos, de isolamento internacional, de aumento do antissemitismo e de manifestações de protesto no mundo inteiro.
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