sábado, 2 de dezembro de 2023

Hoje na História do Mundo: 2 de Dezembro

 NAPOLEÃO COROADO

    Em 1804, Napoleão Bonaparte se coroa imperador na Catedral de Notre Dame, em Paris, onze anos depois que a Revolução Francesa executou o rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta na guilhotina. O papa Pio VII não quis coroar Napoleão. Entregou a coroa ao general, que a colocou sobre a cabeça.

Um dos maiores generais de todos os tempos, Napoleão nasce em 15 de agosto de 1769 em Ajácio, a capital da Córsega, dois anos depois que a ilha passa a pertencer à França. 

Com a Revolução Francesa de 1789, o oficialato do Exército francês, vindo da aristocracia, é dizimado e Napoleão sobe rapidamente na hierarquia militar. É general aos 24 anos.

Em 1799, a França está em guerra com várias monarquias europeias que não aceitam a revolução e a execução de Luís XVI e de Maria Antonieta, guilhotinados em 1793. Na volta de uma campanha no Egito, Napoleão dá um golpe em novembro e é nomeado primeiro cônsul da França em 12 de dezembro de 1799. É o fim da revolução.

Napoleão derrota a Áustria em fevereiro de 1800. Ele decreta em 1802 o Código Napoleônico, modelo para o direito civil adotado nos países latinos, inclusive o Brasil. Em 1804, cria o império que, em 1807, vai dos Pirineus à costa da Dalmácia no sentido Leste-Oeste e do Rio Elba, no Norte, à Itália, no Sul.

Sua grande derrota é o fracassso da invasão da Rússia, em 1812, com um Grande Exército de 600 mil homens. Depois da desastrosa Batalha de Borodino, que a França vence com grandes perdas, o Exército da Rússia recua e incendeia Moscou para que o invasor não tenha comida nem abrigo.

Na retirada, o Grande Exército é dizimado pelo inverno que se aproxima e atacado pelos russos. Em 1814, Napoleão perde a Guerra Peninsular para o Duque de Wellington, que restaura os governos de Portugal e Espanha, sofre uma derrota total para os aliados, abdica ao trono da França em 6 de abril e vai para o exílio na Ilha de Elba.

Ele volta em 20 de março de 1815, recupera o trono e governa por 100 dias até ser derrotado por uma aliança de Áustria, Prússia, Rússia e Reino Unido liderada por Wellington na Batalha de Waterloo, na Bélgica, em 18 de junho. 

Quatro dias depois, abdica pela segunda vez. Vencido, vai para o exílio na Ilha de Santa Helena, uma possessão britânica no Oceano Atlântico, onde morre em 5 de maio de 1821.

DOUTRINA MONROE

    Em 1823, o presidente James Monroe declara que os Estados Unidos não vão interferir em questões europeias, mas não aceitam interferência da Europa na América nem que algum país seja recolonizado, no que é conhecido como Doutrina Monroe: "A América é para os americanos." Ou, na versão da esquerda latino-americana: "A América é para os norte-americanos."

A Doutrina Monroe e a crença no Destino Manifesto, de que os brancos norte-americanos são superiores e receberam a missão divina de se expandir e civilizar a América, são a base ideológica do expansionismo dos EUA no século 19 e do imperialismo norte-americano no século 20.

Durante a Guerra da Secessão (1861-65), a França e o Reino Unido ameaçaram apoiar o Sul, de onde a Europa comprava algodão para sua indústria, para dividir os EUA. A França intervém no México e nomeia Maximiliano de Habsburgo imperador do México. Depois da guerra civil, os EUA apoiam as forças de Benito Juárez, que expulsam os franceses e executam Maximiliano.

REAÇÃO NUCLEAR EM CADEIA

    Em 1942, cientistas liderados pelo físico italiano Enrico Fermi realizam na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, a primeira reação nuclear em cadeia controlada.

Fermi nasce em Roma em 29 de setembro de 1901, filho de uma professora e de um inspetor de ferrovias. Depois de fazer doutorado, em 1922, ele vai para a Alemanha e a Holanda. De volta à Itália, se torna professor da Universidade de Florença. Suas pesquisas se concentram na relatividade geral e na mecânica quântica.

Em 1929, o ditador fascista Benito Mussolini o nomeia para a Academia da Itália. Fermi não se interessa em política. Como sua mulher é judia, quando o Duce adota leis antissemitas, a família decide fugir. Com o dinheiro do Prêmio Nobel de Física de 1938, eles migram para os EUA.

Semanas depois que ele chega aos EUA, a fissão nuclear é descoberta e assim a capacidade de geração de energia elétrica através de uma reação controlada e de uma reação em cadeia numa bomba atômica, uma explosão como o mundo jamais vira. Fermi constrói o primeiro reator nuclear.

Coube a Albert Einstein escrever uma carta ao presidente Franklin Delano Roosevelt advertindo para o risco de que a Alemanha Nazista fizesse a bomba atômica. Daí nasce o Projeto Manhanttan, que desenvolve as bombas atômicas jogadas em Hiroxima e Nagasáki, no Japão, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

PROTEÇÃO AMBIENTAL

    Em 1970, começa a funcionar a Agência de Proteção Ambiental (EPA), um novo órgão do governo federal dos Estados Unidos criado para enfrentar as consequências negativas da atividade humana sobre a natureza.

A preocupação com a poluição e as agressões ao meio ambiente, a consciência ecológica, começa a se formar nos EUA nos anos 1950, em plena era do automóvel, que o sociólogo canadense Marshall McLuhan definiu como a "noiva mecânica" dos norte-americanos.

Um marco é a publicação do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, em 1962, denunciando a redução do número de pássaros por causa do uso de agrotóxicos.

Um vazamento de petróleo que polui as praias da Califórnia e outros acidentes ecológicos levam o Congresso a aprovar, em 1969, a Lei da Política Ambiental Nacional. Em julho de 1970, o presidente Richard Nixon decide criar uma agência específica para o meio ambiente.

A EPA nasce com 5,8 mil funcionários e um orçamento anual de US$ 1,4 bilhão, sob a direção de William Ruckelshaus, um advogado que trabalhava no Departamento da Justiça. Ele age rapidamente para aplicar a Lei da Água Pura, proibir o pesticida DDT e processar as empresas responsáveis pelo acidente ecológico no Rio Cuyahoga, no estado de Ohio.

No governo Donald Trump (2017-21), sob pressão da Casa Branca, a EPA retirou de seu sítio na Internet todas as referência à crise do clima.

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

    Em 1971, seis pequenos emirados (principados) da Península Arábica (Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajman, Umm al-Qwain e Ras al-Khaima) formam os Emirados Árabes Unidos. Um sétimo (Fujairah) entra em fevereiro de 1972.

Hoje, os EAU são uma mistura de costumes tradicionais com moderna tecnologia, um exemplo de modernização conservadora que o príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman, o ditador saudita, quer imitar com o plano Arábia Saudita 2030 para preparar o país para a era pós-petróleo. 

Sua área é um pouco menor do que Portugal. Faz fronteira com a Arábia Saudita e Omã. Em renda per capita, é o 20º país mais rico do mundo, com renda média de US$ 50,6 mil por ano.

Quase todo país é um deserto. Algumas das dunas mais altas do mundo ficam lá. O clima é quente e úmido na costa e quente e seco no interior, onde a temperatura chega a 49 graus centígrados no verão.

MORTE DO BANDIDO MAIS RICO DO MUNDO

    Em 1993, a Polícia Nacional da Colômbia mata Pablo Escobar, talvez o traficante de drogas mais famoso da história, que criou uma milícia que matou um candidato à Presidência entre outras autoridades, tinha torneiras de ouro no banheiro e importou animais da África para seu zoológico particular.

Pablo Escobar Gaviria nasce em Rionegro em 1º de dezembro de 1949, mas é criado em Medelim. Ele estuda na Universidade Autônoma Latino-Americana de Medelim. Não se forma e logo entra no mundo do crime. Vende cigarros contrabandeados, bilhetes de loteria falsos e carros roubados.

Em 1976, Escobar funda o Cartel de Medelim, que se torna o principal fornecedor de cocaína para os Estados Unidos nos anos 1980, algo em torno de 70 a 80 toneladas da droga por mês. Logo se torna o criminoso mais rico da história com fortuna estima em US$ 30 bilhões, mais de US$ 65 bilhões pelas cotações atuais.

Quando o governo da Colômbia aprova um tratado de extradição para enviar para os EUA traficantes que nunca pisaram em território norte-americano, Escobar funda seu grupo paramilitar Los Extraditabeles. Seu lema era: "Preferimos um túmulo na Colômbia do que a prisão nos EUA." Chegou a ser eleito suplente de deputado em 1982. 

Escobar se rende em 1991. Faz um acordo com o governo Cesar Gaviria para não ser extraditado e vai para uma prisão construída por ele, La Catedral. Quando as autoridades tentam levá-lo para uma prisão comum, em 1992, Escobar foge e vira alvo de uma caçada policial que termina com sua morte, o fim do Cartel de Medelim e de Los Extraditables.

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