sábado, 16 de dezembro de 2023

Hoje na História do Mundo: 16 de Dezembro

 FESTA DO CHÁ EM BOSTON

    Em 1773, milhares de colonos norte-americanos invadem o porto de Boston e um grupo de 50 a 70, disfarçados de índios mohawk, entram em três navios britânicos e jogam no mar 342 caixas de uma carga de chá da Companhia das Índias Orientais, uma das pontas de lança do Império Britânico, num episódio marcante da luta pela independência dos Estados Unidos.

A Lei do Chá, aprovada naquele ano, reduz os impostos e dá à empresa o virtual monopólio do comércio de chá no que viriam a ser os EUA.

O governo britânico está exaurido pelos gastos na Guerra dos Sete Anos (1756-63), quando toma as possessões da França na Índia e na maior parte do que hoje é Canadá. A revolta dos colonos norte-americanos começa em protesto contra a Lei do Selo, de 1765, que tenta restaurar as finanças do Reino Unido.

Por sua vez, os colonos tinham colaborado para o esforço de guerra com homens e impostos. Não querem pagar mais por impostos aprovados pelo Parlamento Britânico, onde não tem representação. Daí, nasce um dos lemas da luta pela independência: "Não à taxação sem representação."

Em 1774, a Lei Coercitiva fecha Boston a navios mercantes, impõe um governo militar à colônia, torna militares britânicos inimputáveis e obrigava os colonos a alojar as tropas do rei George III. Estava aceso o estopim da rebelião.

INÍCIO DA BATALHA DE ARDENAS

    Em 1944, a Alemanha Nazista lança sua última grande ofensiva na frente ocidental durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45). Começa numa floresta da região da Valônia, na Bélgica, a Batalha de Ardenas, que se estende para o Norte da França e Luxemburgo.


Depois da invasão da Normanda, no Norte da França, em 6 de junho de 1944, os aliados libertam a França, em agosto, e avançam rumo à Alemanha. Quase toda a cúpula militar alemã entende que deve concentrar suas tropas na frente oriental para deter a ofensiva do Exército Vermelho da União Soviética em direção a Berlim, menos o ditador Adolf Hitler.

Os objetivos dos nazistas são impedir que os aliados usem o porto de Antuérpia e dividir as linhas inimigas para tentar cercar e destruir quatro forças inimigas. Hitler, que assume o comando militar da Alemanha desde dezembro de 1941 acredita que assim pode forçar os aliados ocidentais a negociar a paz com as potências do Eixo. Assim, poderia se concentrar na guerra contra a URSS.

A Alemanha lança a Operação Vigília sobre o Reno com um ataque de surpresa em 16 de dezembro, aproveitando o excesso de confiança dos aliados e a dificuldade de reconhecimento aéreo por causa do mau tempo no fim do outono.

Com o reforço do 3º Exército dos EUA, sob o comando do general George Patton, e uma enorme superioridade aérea, os aliados retomam Bastogne em 26 de dezembro de 1944. Em 3 de janeiro de 1945, começam a contraofensiva. A vitória vem em 28 de janeiro. Para os alemães, fica evidente que a derrota é inevitável.

TALEBÃ DO PAQUISTÃO ATACAM ESCOLA

    Em 2014, a Milícia dos Estudantes (Talebã) do Paquistão ataca uma escola pública do Exército na cidade de Peshawar, matando 150 pessoas, sendo 134 crianças.

Sob a orientação do serviço secreto militar do Paquistão, a Milícia dos Talebã (Estudantes) nasce em 1994 no Afeganistão em reação à anarquia que toma conta do país depois do fim de 10 anos de invasão pela União Soviética, em 1989. As milícias extremistas muçulmanas que expulsam os soviéticos, com o apoio dos Estados Unidos, da Arábia Saudita, da China e do Paquistão, começam a brigar entre si.

A situação é tão caótica que inviabiliza as rotas de comércio entre Irã e Paquistão passando pelo Afeganistão. O serviço secreto militar do Paquistão cria a milícia extremista, formada por estudantes das escolas religiosas que só ensinam o Corão, o livro sagrado do islamismo. São os talebã, plural de taleb, estudante em árabe.

Sua ideologia mistura a tradição deobandista, o puritanismo wahabista (versão saudita do islamismo) e a cultura pastó, do povo que vive naquela região, que sempre ignorou a Linha Durand, traçada pelo imperialismo britânico em 1893.

Dois anos depois da fundação, em 1996, os talebã tomam o poder em Cabul e impõe o integrismo muçulmano. Discriminam mulheres, proibidas de estudar e andar sem um parente masculino, obrigadas a sair na rua de burca, aquela roupa que cobra da cabeça aos pés e deixa seus olhos verem o mundo por um tecido rendado, homossexuais e homens que não se submetem ao rigoroso código de costumes do Ministério da Propagação da Virtude e Combate ao Vício, inspirado pela polícia religiosa da Arábia Saudita.

Só a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Paquistão reconhecem o governo dos Talebã, que abriga a rede terrorista Al Caeda, fundada por Ayman al-Zawahiri e Ossama ben Laden em 1988 para, depois de combater a URSS, lutar contra os EUA.

Washington apoia veladamente o Afeganistão e chega a dar dinheiro para o regime talebânico combater a produção de papoula e opioides. Em 1998, depois de atentados contra as embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia, o presidente Bill Clinton manda bombardear os acampamentos e centros de treinamento d'al Caeda no Afeganistão.

A resposta do terror vem nos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA. Pouco menos de um mês depois, os EUA invadem o Afeganistão, em três semanas derrubam o governo dos talebã. A maior parte da liderança d'al Caeda, inclusive Ben Laden, sobrevive à Batalha de Tora Bora e foge para o Paquistão. Os EUA ocupam o Afeganistão durante 20 anos sem conseguir estabelecer um governo estável.

Os Talebã do Paquistão surgem como um braço dos Talebã do Afeganistão em 2007 em resposta a um ataque do Exército paquistanês contra Al Caeda em áreas tribais do país. No ano seguinte, o Paquistão declara a ilegalidade do grupo. Mais tarde, o acusa pelo atentado terrorista que matou a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto em dezembro de 2007, quando ela fazia campanha eleitoral para voltar ao poder.

No ataque à escola, homens armados vestidos com uniformes da polícia de fronteiras entram no colégio, situado numa área de classe média, por volta das 10h00 e atiram indiscriminadamente para todos os lados. 

Em 2019, o grupo tem 3 e 4 mil milicianos. Quando os talebã retomam o poder no Afeganistão, em agosto de 2021, o Paquistão tem a expectativa de que vão ajudar a combater a milícia paquistanesa, mas os afegãos preferem mediar negociações.

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