terça-feira, 4 de outubro de 2016

Desigualdade prejudica redução da pobreza, adverte Banco Mundial

A miséria está diminuindo no mundo, mas o aumento da concentração da riqueza dificulta sua erradicação, alerta um relatório do Banco Mundial publicado no último domingo. Em 2013, 767 milhões de pessoas sobreviviam com menos de US$ 1,90 por dia (R$ 6,2 pela cotação de hoje). Quase metade dos miseráveis vive na África subsaariana.

Mesmo com a desaceleração do crescimento mundial, houve um recuo de 12% na pobreza extrema, beneficiando mais de cem milhões de pessoas naquele ano. Em 1990, eram quase 2 bilhões de miseráveis.

"A extrema pobreza continua a refluir no mundo, apesar da letargia da economia mundial", diz o relatório divulgado às vésperas da reunião anual do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O número de pessoas privadas de uma renda decente ainda é grande demais, observou o presidente do banco, Jim Yong Kim, citado no relatório.

A meta das Nações Unidas é erradicar a pobreza absoluta até 2030. Kim ressalva que este objetivo não será alcançado sem a redução da desigualdade: "A mensagem é clara. Não conseguiremos se não garantirmos que os mais pobres se beneficiem do crescimento. Para isso, é preciso atacar as grandes desigualdades, sobretudo nos países que concentram um grande número de pobres."

Entre 2008, quando a crise internacional estourou, e 2013, a renda dos 60% mais ricos cresceu mais depressa do que a dos 40% mais pobres em quase metade dos 84 países examinados na pesquisa do Banco Mundial.

Para atingir a meta, o banco apela aos países mais afetados pela miséria, como o Brasil, a investir nas crianças, garantir cobertura universal de saúde ou a oferecer benefícios sociais como o Bolsa-Família para os menos favorecidos.

"Não há receita milagrosa", concluiu o presidente do Banco Mundial. "Algumas medidas terão impacto rápido sobre a desigualdade de renda. Outras darão frutos gradualmente."

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