quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Hoje na História do Mundo: 22 de Fevereiro

ROSA BRANCA

    Em 1943, três jovens estudantes intelectuais, idealistas e pacifistas, Hans e Sophie Scholl e Christoph Probster, que tentam fazer uma resistência não violenta contra o nazismo na Alemanha são executados em Munique.

Três membros do grupo Rosa Branca, Hans Scholl, Alexander Schmorell e Wili Graf, estudantes de medicina na Universidade de Munique testemunham massacres de judeus pela SS, a força paramilitar do Partido Nazista.

De volta a Munique, formam o grupo Rosa Branca, que inicia suas atividades em 17 de junho de 1942. Com grande conhecimento de literatura, eles publicam panfletos citando grandes escritores alemães como Friedrich Schiler e Johann Wolfgang von Goethe.

Presos pela Gestapo, a polícia política do regime nazista, em 18 de fevereiro de 1943, eles são submetidos a um processo forjado em que não têm direito a falar e guilhotinados quatro dias depois.

CONTENÇÃO DA URSS

    Em 1946, o encarregado de negócios dos Estados Unidos em Moscou, George Kennan, envia um longo telegrama de 8 mil palavras ao Departamento de Estado com sua análise sobre a União Soviética, um dos documentos mais importantes da Guerra Fria, propondo a contenção do regime comunista até ele entrar em colapso.

O memorando observa que a URSS não acredita numa "coexistência pacífica permanente" com o Ocidente por causa da "visão neurótica das questões globais" resultante do "senso de insegurança instintivo da Rússia".

Por isso, acrescenta Kennan, os soviéticos suspeitam de todas as outras nações e entendem que sua segurança exige "uma luta paciente, mas mortal, até a destruição total da potência rival".

Assim, como a URSS é "refratária à lógica da razão", mas "altamente sensível à lógica da força", os EUA devem adotar uma política de "resistência forte" para conter a expansão soviética. Esta seria a base da política externa norte-americana durante a Guerra Fria.

IMPEACHMENT DE YANUKOVICH

    Em 2014, o Parlamento da Ucrânia abre um processo de impeachment do presidente Viktor Yanukovich, sob a pressão de uma revolta popular, a Revolução da Praça Maidã ou Revolução da Dignidade, que começa quando o presidente suspende negociações de associação com a União Europeia (UE).

Yanukovich nasce em 9 de julho de 1950 em Yenakiyeve, na Ucrânia, então parte da União Soviética. Ele estuda engenharia mecânica no Instituto Politécnico de Donetsk e entra para o Partido Comunista.

Com o fim da URSS, Yanukovich é eleito governador da província de Donetsk em 1997. Em 2002, o presidente Leonid Kuchma o nomeia primeiro-ministro. 

Yanukovich é o candidato do governo ucraniano e do Kremlin à sucessão, em 2004. Mas seu adversário, Viktor Yuchenko, é envenenado com dioxina e seu rosto se transfigura diante do público. Uma onda de protestos toma as ruas na chamada Revolução Laranja e impede a eleição fraudulenta de Yanokuvich. Um terceiro turno, realizado em 26 de dezembro, dá ampla vitória a Yuchenko.

Na segunda tentativa, em 2010, Yanukovich é eleito com uma proposta de modernização da economia que incluía negociações com a UE. Seu governo é marcado por um retrocesso democrático, com a prisão da ex-primeira-ministra Yulia Timochenko, sua adversária na eleição presidencial de 2010, aumento da censura, corrupção e tráfego de influência.

A suspensão das negociações com a UE provoca protestos populares que se transformam em revolta diante da violenta repressão policial, com mais de 100 mortes.

A queda de Yanukovich, em 22 de fevereiro, marca o início da Guerra Russo-Ucraniana. Imediatamente, o ditador Vladimir Putin manda as forças russas tomar a Península da Crimeia, onde tinham mais de 80% dos soldados da antiga Frota do Mar Negro da URSS, que era compartilhada.

Depois de um plebiscito forjado, a Rússia anexa a Crimeia em 17 de março de 2014. A partir de 6 de abril começa uma revolta insuflada pelo Kremlin nas províncias de Donetsk e Lugansk, cuja independência Putin reconhece dois dias antes de invadir a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

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