terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Hoje na História do Mundo: 13 de Fevereiro

RAINHA DECAPITADA

    Em 1542, Catarina Howard, a quinta esposa do rei Henrique VIII da Inglaterra, é degolada na Torre de Londres aos 19 anos sob a acusação de adultério.

Filho de Henrique VII, vencedor da Guerra das Duas Rosas (1455-87), Henrique VIII tinha a obsessão de ter um filho homem para evitar as guerras entre príncipes que marcaram sucessões anteriores. Tem uma filha mulher, Maria Tudor, futura Maria I, com Catarina de Aragão.

O rei se divorcia, rompe com o Vaticano, faz a Reforma Protestante na Inglaterra, em 1534, e tem outra filha, Elizabeth Tudor, a futura Elizabeth I, com a segunda mulher Ana Bolena, decapitada na Torre de Londres por suposta infidelidade.

A terceira mulher, Jane Seymour, lhe dá um filho homem, o futuro Eduardo VI, que é fraco e reina por apenas seis anos. Ela morre 12 dias após o parto.

No casamento com a quarta esposa, Ana de Cleves, o rei se encanta por uma das aias, Catarina Howard, prima de Ana Bolena, com quem começa uma relação amorosa. O casamento com Ana de Cleves é anulado por "falta de consumação" e Henrique VIII casa com Catherine. Ana aceita uma pensão e os títulos de princesa e "irmã do rei", e é poupada.

O casamento de Catarina dura um ano e quatro meses. Ela é acusado de adultério com Thomas Culpepper, com quem troca cartas comprometedoras. De início, o rei se recusa a aceitar. Quando surgem as cartas, os dois supostos amantes são presos, condenados e executados.

A última esposa de Henrique VIII, Catarina Parr, sobreviveu ao rei e influenciou o marido ao elaborar o Terceiro Ato de Sucessão, que recolocou as princesas Maria e Elizabeth na linha de sucessão ao trono.

REVOLUÇÃO GLORIOSA

    Em 1689, no fim da Revolução Gloriosa, Guilherme de Orange e Maria são proclamados reis da Inglaterra como Guilherme III e Maria II e reinam conjuntamente até a morte dela, em 1694. Ele continua reinando até morrer, em 8 de março de 1702.

A Revolução Gloriosa é o fim da longa Guerra Civil Inglesa entre católicos e protestantes no século 17, com a Dinastia Stuart, escocesa e católica, em conflito com o Parlamento Britânico, de maioria protestante.

O parlamento convida o príncipe holandês Guilherme de Orange a invadir o país. Para promover a reconciliação nacional, ele se casa com a filha do rei deposto, Jaime II.

A revolução estabelece a supremacia do parlamento sobre a coroa e produz a Declaração de Direitos de 1689, que entre outras medidas proíbe o rei de legislar, aumentar impostos e declarar guerra sem a aprovação do parlamento.

A declaração também garante eleições livres, sem a interferência da coroa, e ampla liberdade de expressão. Desde 1694, não existe censura prévia de publicações na Inglaterra. Em 1707, a Inglaterra e a Escócia se unem para formar o Reino Unido da Grâ-Bretanha.  

DRESDEN ARRASADA

    Em 1945, de madrugada, em 25 minutos, 800 aviões bombardeiros da Força Aérea Real (RAF) britânica jogam cerca de 2 mil toneladas de bombas em Dresden, na Alemanha, a capital barroca do estado da Saxônia, conhecida como a Florença do Rio Elba. Em três dias de ataque, com um total de 3,9 mil toneladas de bombas, com a participação dos Estados Unidos, a RAF matou 25 mil civis e deixou a cidade em ruínas e chamas, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

O bombardeio aliado a várias cidades alemãs, além de Dresden, Berlim, Colônia, Frankfurt e Hamburgo, quando a guerra estava praticamente decidida, não tem sentido estratégico. É considerado uma vingança, especialmente do Reino Unido, que foi alvo de intensos bombardeios da Alemanha Nazista. O então primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, é acusado pelos alemães de crimes de guerra.

BOMBA FRANCESA

    Em 1960, a França detona na Argélia, no Deserto do Saara, sua primeira bomba atômica e se torna a quarta potência nuclear, depois dos Estados Unidos, da União Soviética e do Reino Unido. Até hoje, a Argélia sente os efeitos da radiação de 17 testes nucleares franceses, muitos realizados depois da independência do país africano, em 1962.

A decisão inicial de fazer a bomba atômica é tomada em Paris depois da Guerra de Suez (1956), quando o ditador egípcio Gamal Abdel Nasser nacionalizou o Canal de Suez e a França, o Reino Unido e Israel vão à guerra contra o Egito. Os EUA retiram o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) às economias francesa e britânica, ainda abaladas pela Segunda Guerra Mundial (1939-45)

Mesmo com a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o presidente Charles de Gaulle teme que os EUA não socorram a Europa no caso de uma invasão soviética e decide que a França precisa ter seu próprio arsenal nuclear. 

A França não adere ao Tratado de Proibição Parcial de Testes Nucleares, de 1963. De 1966 a 1996, a França realiza testes nucleares na Polinésia Francesa, um arquipélago do Oceano Pacífico, inclusive sua primeira bomba de hidrogênio, Canopus, em 24 de agosto de 1968, tornando-se a quinta potência termonuclear, depois dos EUA, da URSS, do Reino Unido e da China.

Em 1985, o serviço secreto da França instalou duas bombas no navio Rainbow Warrior, do movimento ecológico Greenpeace, que atrapalhava os testes atômicos no atol de Muroroa. O navio vai a pique em 10 de julho de 1985 no porto de Auckland, na Nova Zelândia, e um fotógrafo português morre.

Diante da onda de protestos, a França assina em 1996 o Tratado sobre Proibição Completa de Testes Nucleares. 

Com cerca de 300 ogivas nucleares em condições operacionais, a França é a quarta maior potência nuclear do mundo, depois dos EUA, da Rússia e da China. É o único país do Ocidente com uma força nuclear independente.

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