RAINHA DECAPITADA
Em 1542, Catarina Howard, a quinta esposa do rei Henrique VIII da Inglaterra, é degolada na Torre de Londres aos 19 anos sob a acusação de adultério.
Filho de Henrique VII, vencedor da Guerra das Duas Rosas (1455-87), Henrique VIII tinha a obsessão de ter um filho homem para evitar as guerras entre príncipes que marcaram sucessões anteriores. Tem uma filha mulher, Maria Tudor, futura Maria I, com Catarina de Aragão.O rei se divorcia, rompe com o Vaticano, faz a Reforma Protestante na Inglaterra, em 1534, e tem outra filha, Elizabeth Tudor, a futura Elizabeth I, com a segunda mulher Ana Bolena, decapitada na Torre de Londres por suposta infidelidade.
A terceira mulher, Jane Seymour, lhe dá um filho homem, o futuro Eduardo VI, que é fraco e reina por apenas seis anos. Ela morre 12 dias após o parto.
No casamento com a quarta esposa, Ana de Cleves, o rei se encanta por uma das aias, Catarina Howard, prima de Ana Bolena, com quem começa uma relação amorosa. O casamento com Ana de Cleves é anulado por "falta de consumação" e Henrique VIII casa com Catherine. Ana aceita uma pensão e os títulos de princesa e "irmã do rei", e é poupada.
O casamento de Catarina dura um ano e quatro meses. Ela é acusado de adultério com Thomas Culpepper, com quem troca cartas comprometedoras. De início, o rei se recusa a aceitar. Quando surgem as cartas, os dois supostos amantes são presos, condenados e executados.
A última esposa de Henrique VIII, Catarina Parr, sobreviveu ao rei e influenciou o marido ao elaborar o Terceiro Ato de Sucessão, que recolocou as princesas Maria e Elizabeth na linha de sucessão ao trono.
REVOLUÇÃO GLORIOSA
Em 1689, no fim da Revolução Gloriosa, Guilherme de Orange e Maria são proclamados reis da Inglaterra como Guilherme III e Maria II e reinam conjuntamente até a morte dela, em 1694. Ele continua reinando até morrer, em 8 de março de 1702.
A Revolução Gloriosa é o fim da longa Guerra Civil Inglesa entre católicos e protestantes no século 17, com a Dinastia Stuart, escocesa e católica, em conflito com o Parlamento Britânico, de maioria protestante.O parlamento convida o príncipe holandês Guilherme de Orange a invadir o país. Para promover a reconciliação nacional, ele se casa com a filha do rei deposto, Jaime II.
A revolução estabelece a supremacia do parlamento sobre a coroa e produz a Declaração de Direitos de 1689, que entre outras medidas proíbe o rei de legislar, aumentar impostos e declarar guerra sem a aprovação do parlamento.
A declaração também garante eleições livres, sem a interferência da coroa, e ampla liberdade de expressão. Desde 1694, não existe censura prévia de publicações na Inglaterra. Em 1707, a Inglaterra e a Escócia se unem para formar o Reino Unido da Grâ-Bretanha.
DRESDEN ARRASADA
Em 1945, de madrugada, em 25 minutos, 800 aviões bombardeiros da Força Aérea Real (RAF) britânica jogam cerca de 2 mil toneladas de bombas em Dresden, na Alemanha, a capital barroca do estado da Saxônia, conhecida como a Florença do Rio Elba. Em três dias de ataque, com um total de 3,9 mil toneladas de bombas, com a participação dos Estados Unidos, a RAF matou 25 mil civis e deixou a cidade em ruínas e chamas, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45).
O bombardeio aliado a várias cidades alemãs, além de Dresden, Berlim, Colônia, Frankfurt e Hamburgo, quando a guerra estava praticamente decidida, não tem sentido estratégico. É considerado uma vingança, especialmente do Reino Unido, que foi alvo de intensos bombardeios da Alemanha Nazista. O então primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, é acusado pelos alemães de crimes de guerra.
BOMBA FRANCESA
Em 1960, a França detona na Argélia, no Deserto do Saara, sua primeira bomba atômica e se torna a quarta potência nuclear, depois dos Estados Unidos, da União Soviética e do Reino Unido. Até hoje, a Argélia sente os efeitos da radiação de 17 testes nucleares franceses, muitos realizados depois da independência do país africano, em 1962.
A decisão inicial de fazer a bomba atômica é tomada em Paris depois da Guerra de Suez (1956), quando o ditador egípcio Gamal Abdel Nasser nacionalizou o Canal de Suez e a França, o Reino Unido e Israel vão à guerra contra o Egito. Os EUA retiram o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) às economias francesa e britânica, ainda abaladas pela Segunda Guerra Mundial (1939-45)
Mesmo com a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o presidente Charles de Gaulle teme que os EUA não socorram a Europa no caso de uma invasão soviética e decide que a França precisa ter seu próprio arsenal nuclear.
A França não adere ao Tratado de Proibição Parcial de Testes Nucleares, de 1963. De 1966 a 1996, a França realiza testes nucleares na Polinésia Francesa, um arquipélago do Oceano Pacífico, inclusive sua primeira bomba de hidrogênio, Canopus, em 24 de agosto de 1968, tornando-se a quinta potência termonuclear, depois dos EUA, da URSS, do Reino Unido e da China.
Em 1985, o serviço secreto da França instalou duas bombas no navio Rainbow Warrior, do movimento ecológico Greenpeace, que atrapalhava os testes atômicos no atol de Muroroa. O navio vai a pique em 10 de julho de 1985 no porto de Auckland, na Nova Zelândia, e um fotógrafo português morre.
Diante da onda de protestos, a França assina em 1996 o Tratado sobre Proibição Completa de Testes Nucleares.
Com cerca de 300 ogivas nucleares em condições operacionais, a França é a quarta maior potência nuclear do mundo, depois dos EUA, da Rússia e da China. É o único país do Ocidente com uma força nuclear independente.
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