quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Hoje na História do Mundo: 29 de Fevereiro

CONSOLIDAÇÃO DA TCHECO-ESLOVÁQUIA

    Em 1920, a Assembleia Nacional aprova uma Constituição democrática consolidando a formação da Tcheco-Eslováquia e o povo festeja a independência nas ruas.

A parte da Europa hoje dividida pela República Tcheca e a Eslováquia é ocupada primeiro pelos celtas, depois pelos germânicos e mais tarde pelos eslavos. As três regiões que as formam, Boêmia, Morávia e Eslováquia, existem há mais de um milênio com diferentes graus de independência ao longo da história.

Desde 1526, checos e eslovacos passam a fazer parte do Império dos Habsburgo, que a partir de 1848 se torna o Império Austro-Húngaro, ambos herdeiros do Sacro Império Romano-Germânico fundado por Carlos Magno em 800.

Com a derrota e a dissolução do Império Austro-Húngaro no fim da Primeira Guerra Mundial (1914-18), vários países da Europa Central conquistam a independência, entre eles a Polônia, a Hungria, a Iugoslávia e a Tcheco-Eslováquia.

Em 1938, com a aquiescência do Ocidente, que tenta apaziguar o ditador nazista Adolf Hitler, a Alemanha ocupa a região dos Sudestos e, em 14 de março de 1939, toma o resto da Tcheco-Eslováquia.

No fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), a Europa Oriental é ocupada pelo Exército Vermelho da União Soviética e o ditador Josef Stalin impõe o regime comunista. Em 1968, uma tentativa de humanização do comunismo, a Primavera de Praga, é esmagada por tropas do Pacto de Varsóvia, a aliança militar liderada pela URSS.

A liberdade vem em novembro de 1989 com a Revolução de Veludo, na onda de revoluções democráticas que acabam com o comunismo no Leste Europeu. Mas as duas metades da Tcheco-Eslováquia se desentendem na democracia e, em 1993, realizam o Divórcio de Veludo e se tornam independentes.

E O VENTO LEVOU

    Em 1940, a atriz Hattie McDaniel é a primeira negra a ser premiada com um Oscar pela Academia de Ciências e Artes do Cinema como melhor atriz coadjuvante pelo desempenho no filme E o Vento Levou.

Hattie nasce em Wichita, no estado do Kansas, em 10 de junho de 1895, e é criada em Denver, no Colorado. Desde menina, ele mostra talento para a música e a arte dramática. Ela deixa a escola aos 15 anos e começa a se apresentar pelos Estados Unidos.

Com a Grande Depressão, as oportunidades de trabalho como música e atriz escasseiam. Hattie vai trabalhar como atendente de banheiro no clube Sam Pick, em Milwaukee, em Wisconsin, que só contrata artistas brancos.

Alguns frequentadores sabem do talento de Hattie e convenceu o dono do clube a lhe dar uma oportunidade. Ela canta no clube durante um ano antes de ir para Los Angeles.

Dois anos depois de estrear no cinema, Hattie McDaniel consegue o primeiro papel importante, em 1934, em Juiz Priest, do diretor John Ford.

Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45), a Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) pressiona Hollywood a reduzir os papéis com o estereótipo do negro serviçal. Ela consegue papéis no radioteatro. Ela sofre um ataque cardíaco em 1951, se recupera, mas morre de câncer de seio em 26 de outubro de 1952.

INDEPENDÊNCIA DA BÓSNIA

    Em 1992, começa a votação no plebiscito que aprova a independência da república iugoslava da Bósnia-Herzegovina. A independência é proclamada em 3 de março e provoca a reação imediata dos sérvios, que bombardeiam Sarajevo, iniciando uma guerra civil.

A Bósnia é dominada pelo Império Otomano do século 15 até 1878, quando passa a fazer parte do Império Austro-Húngaro. Está no centro da crise que deflagra a Primeira Guerra Mundial (1914-18). 

Em 28 de junho de 1914, o estudante radical sérvio Gavrilo Princip mata o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro. Quando a Áustria declara guerra à Sérvia, tem o apoio da Alemanha. A França, o Reino Unido e a Rússia apoiam a Sérvia.

Com o fim da guerra, a Bósnia é incorporada ao Reino da Iugoslávia, formado por sérvios, croatas e eslovenos, sem ter um status formal dentro do novo país.

Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45), a Bósnia-Herzegovina passa a ser uma das seis repúblicas da Federação da Iugoslávia, sob a liderança de Josip Broz Tito, um croata, líder da guerrilheiro comunista da resistência antinazista.

A morte de Tito, em 1980, e o declínio do comunismo como ideologia no fim da Guerra Fria selam o destino da Iugoslávia. Em 1987, o líder comunista Slobodan Milosevic, faz um discurso na província do Kossovo ressuscitando o nacionalismo sérvio. As eleições de 1990 agravaram os conflitos nacionalistas sufocados sob o regime comunista. 

Em 1991, a Croácia e a Eslovênia declaram independência e a Sérvia, que domina o Exército Federal da Iugoslávia, não aceita e vai à guerra. A Bósnia era a república com maior diversidade étnica, com 44% de bósnios (muçulmanos), 31% sérvios (cristãos ortodoxos) e 15% croatas (católicos). Por isso, tem a guerra mais violenta.

Quando a guerra começa, os sérvios proclamam a independência da República Sérvia da Bósnia e cercam Sarajevo, a capital do país. O cerco dura 3 anos, 10 meses, 3 semanas e 3 dias. Vai de 5 de abril de 1992 a 29 de fevereiro de 1996. Nesse período, cerca de 12 mi pessoas são mortas e 50 mil feridas.

Mais de 100 mil pessoas morrem na Guerra da Bósnia. Vários líderes são processados no Tribunal de Crimes de Guerra da Antiga Iugoslávia, entre eles o presidente da República Sérvia, Radovan Karadzic, o comandante militar sérvio, general Ratko Mladic, e o patrono de ambos, o ditador iugoslavo Slobodan Milosevic. Karadzic e Mladic são condenados à prisão perpétua. Milosevic morre antes do julgamento.

Pelos Acordos de Dayton, de 1995, a Bósnia vira uma confederação entre a República Sérvia da Bósnia e a Federação da Bósnia e Herzegovina.

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