segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Hoje na História do Mundo: 19 de Fevereiro

EDISON PATENTEIA O FONÓGRAFO

    Em 1878, o norte-americano Thomas Alva Edison, o maior inventor de todos os tempos, com mais de 2 mil patentes, patenteia o fonógrafo.

O fonógrafo ou toca-discos é um instrumento que reproduz sons captando a vibração de uma agulha no sulco de um disco em rotação.

Os primeiros tipos apareceram nos anos 1850, mas a invenção é creditada a Edison, que também inventou o cinescópio, precursor do cinema, e a lâmpada elétrica de filamento incandescente.

JAPONESES INTERNADOS

    Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o presidente Franklin Delano Roosevelt baixa o Decreto 9.066, autorizando a internação de pessoas de origem japonesa nos Estados Unidos.

Milhares de japoneses se apresentam às autoridades e são enviados para 14 áreas restritas, centros de detenção ou campos de concentração. A medida é resultado de mais de um século de racismo e discriminação de asiáticos e do bombardeio aéreo japonês à Frota do Pacífico dos EUA, baseada em Pearl Habor, no Havaí, em 7 de setembro de 1941, que leva os EUA a entrar na guerra.

Com a guerra contra o Japão, o Departamento da Guerra teme que os japoneses-norte-americanos cometam atos de sabotagem. Há uma divergência com o Departamento da Justiça, que é contra a remoção de civis inocentes.

Logo depois do ataque a Pearl Harbor, 1.200 líderes da comunidade japonesa são presos e suas contas bancárias congeladas. Há na época, 125 mil pessoas de origem japonesa no território continental dos EUA e 200 mil imigrantes no Havaí, muitos chegados há pouco. Cerca de 80 mil nasceram nos EUA e se consideram norte-americanos.

ASSALTO A IWO JIMA

    Em 1945, depois de 74 dias de bombardeio aéreo às posições do Japão, fuzileiros navais dos Estados Unidos lançam uma operação de assalto anfíbio à ilha de Iwo Jima, no Oceano Pacífico, dando início a uma batalha épica e feroz que dura um mês e uma semana, até 26 de março, e termina com a morte de mais de 6 mil soldados norte-americanos e 18 mil japoneses.

A fotografia dos fuzileiros navais cravando a bandeira dos EUA no topo do Monte Suribachi, pela primeira vez em território do Japão, é uma das imagens-símbolo da Segunda Guerra Mundial (1939-45). Foi tema do filme A Conquista da Honra, de Clinton Eastwood, com o lado norte-americano na Batalha de Iwo Jima, enquanto Cartas de Iwo Jima dá a versão japonesa através das cartas dos soldados.

MORRE O PEQUENO TIMONEIRO

    Em 1997, morre o líder comunista reformista Deng Xiaoping, maior responsável pelas reformas econômicas que transformam a China numa superpotência e na segunda maior economia do mundo.

Filho de um proprietário rural, Deng nasceu em Guang'an, na província de Sichuã em 22 de agosto de 1904. Ele estuda na França (1920-24), onde começa a militância comunista, e na União Soviética (1925-27).

De volta à China, entra para a luta armada. É um líder político e militar do Soviete de Jiangxi, um enclave comunista criado por Mao em 1931. Quando os nacionalistas do Kuomintang (KMT) massacram e perseguem os comunistas, Deng participa da Longa Marcha (1934-35).

Durante a resistência à invasão japonesa (1937-45), é comissário político junto a um dos exércitos guerrilheiros dos comunistas e comissário-chefe do 2º Exército durante a Guerra Civil Chinesa que termina em 1º de outubro de 1949 com a vitória da revolução comunista.

Deng vira líder regional do partido no Sudoeste. Em 1952, é nomeado vice-primeiro-ministro e depois ministro das Finanças (1953-54), membro do Politburo (1955) e secretário-geral do Partido Comunista (1956-67). Mas cai em desgraça durante a Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76) e é enviado para reeducação no interior.

A Guarda Vermelha de Mao perseguiu seu filho Deng Pufang, prendeu-o, torturou-o e jogou-o pela janela do terceiro andar de um prédio da Universidade de Beijim. Durante muito tempo, depois de reabilitado, ele presidiu à Associação de Deficientes e Amputados da China.

Depois da Revolução Cultural, reabilitado, Deng Xiaoping vira comandante do Exército Popular de Libertação (EPL). Com o país e o partido destroçados, Deng entende que a única ideia capaz de unir o partido é modernização. Ele lança a política das quatro modernizações: agricultura, indústria, defesa, e ciência e tecnologia.

Em 13 de dezembro de 1978, Deng faz o grande discurso lançando as reformas econômicas que abrem mão da ortodoxia marxista para introduzir elementos da economia de mercado, a "economia de mercado socialista", inclusive com um de seus lemas: "Enriquecer é a glória". Outra de suas frases célebres é "não importa a cor do gato, desde que cace os ratos".

Esse pragmatismo reformista estimulou o debate interno no partido e na academia. Os anos 1980 foram uma época de um renascimento cultural. 

A chance de uma abertura política é enterrada por Deng quando ele derruba o secretário-geral do PC Zhao Ziyang e apoia o primeiro-ministro linha-dura Li Peng ao autorizar o EPL a acabar à força com o movimento dos estudantes por liberdade e democracia no Massacre da Praça da Paz Celestial, em 4 de junho de 1989.

Com sanções internacionais, até a economia sofre com esse terremoto político. Deng visita Shenzen, a cidade-símbolo dos reformas econômicas. em 1992, para relançar seu programa de modernização da China. Ele morre antes de ver o crescimento extraordinário chinês do início do século 21, com taxas acima de 10% ao ano que transformam a China na superpotência econômica que é hoje.

FIDEL CASTRO RENUNCIA

    Em 2008, Fidel Castro renuncia formalmente à Presidência de Cuba e é substituído pelo irmão, Raúl Castro.


 Fidel Alejandro Castro Ruz nasce em 13 de agosto de 1926. Filho de um fazendeiro, vira um esquerdista e anti-imperialista quando estuda direito na Universidade de Havana. Depois de participar de rebeliões contra governos de direita na Colômbia e na República, Fidel lança sua revolução no assalto ao Quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, em 26 de julho de 1953.

No julgamento, Fidel diz talvez sua frase mais célebre: "A história me absolverá." Preso durante um ano, ele sai e vai para o México onde forma o Movimento 26 de Julho com o irmão Raúl Castro e o médico e revolucionário argentino Ernesto Che Guevara.

Em 1956, um grupo de 82 guerrilheiros sai do México no navio Granma para desembarcar na Praya das Coloradas. Depois de fortes perdas nos primeiros combates, 21 guerrilheiros conseguem se refugiar na Sierra Maestra. Em fevereiro de 1958, já são 400 homens acantonados nas montanhas.

As forças do ditador Fulgencio Batista têm 50 mil, mas o governo cubano só consegue mobilizar 10 mil homens e lança uma ofensiva aérea e terrestre contra os guerrilheiros de abril a agosto de 1958. O fracasso desta ação militar é decisivo para a vitória da Revolução Cubana em 1º de janeiro de 1959.

No poder, sob pressão dos Estados Unidos, Fidel adota um regime socialista autoritário de caráter stalinista e se alia à União Soviética durante a Guerra Fria. Depois da fracassada tentativa de invasão da Baía dos Porcos, em abril de 1961, Cuba se aproxima ainda mais de Moscou. Isto leva à tentativa de instalar mísseis nucleares soviéticos na ilha, causa da Crise dos Mísseis, em outubro de 1962, no momento mais tenso da Guerra Fria. Nunca o mundo esteve tão perto de uma guerra nuclear. 

Ao transferir oficialmente por motivos de saúde os cargos de presidente e primeiro-ministro de Cuba ao irmão Raúl Castro, em 2008, 49 anos depois da posse, Fidel comenta que não pode se apegar a cargos. Ele morre aos 90 anos em 25 de novembro de 2016, em Havana.

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