domingo, 18 de fevereiro de 2024

Hoje na História do Mundo: 18 de Fevereiro

 DESCOBERTA DE PLUTÃO

    Em 1930, o astrônomo norte-americano Clyde Tombaugh, do Laboratório Lowell, de Flagstaff, no Arizona, nos Estados Unidos, descobre o nono planeta do Sistema Solar.

A existência de um planeta desconhecido é proposta por Percival Lowell. Para explicar oscilações na órbita de Netuno e Urano, haveria uma força gravitacional.

Mas, em agosto de 2006, a União Astronômica Internacional decide que Plutão não é realmente um planeta. É um planeta-anão, o maior dos corpos celestes do Cinturão de Culper, que fica depois de Netuno. É uma mistura de rocha e gelo com um terço do volume da Lua.

CRIAÇÃO DA ALALC

    Em 1960, a Argentina, o Brasil, o Chile, o México, o Paraguai, o Peru e o Uruguai fundam a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), com o objetivo de criar um mercado comum. Em 1970, entram Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela.

A ideia de uma união da América Latina é tão antigo quando a independência. O libertador Simón Bolívar não era antinorte-americano nem socialista. Sonhava em criar uma confederação, uma espécie de Estados Unidos da América do Sul. Organizou a 1ª Conferência Pan-Americana, em 22 de junho de 1826, na Cidade do Panamá.

A ALALC nasce sob a influência da Comissão Econômica da ONU para a América Latina (Cepal) e a inspiração da Comunidade Econômica Europeia, criada pelo Tratado de Roma em 1957 e instalada em 1958. 

Na época, em plena Guerra Fria, a superpotência dominante do sistema capitalista, os EUA, são contra acordos comerciais regionais para evitar o protecionismo. A CEE é a exceção porque os EUA precisam de uma Europa Ocidental rica e próspera para se contrapor ao comunismo soviético da Europa Oriental.

Em 1980, o ALALC é sucedida pela ALADI (Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração), com a participação de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Cuba entra em 1999.

Depois da redemocratização da América do Sul e da aproximação entre Brasil e Argentina, é no marco da ALADI que se negocia o Tratado de Assunção para criar o Mercosul (Mercado Comum do Sul) em 26 de março de 1991. 

VAZAMENTO DO WIKILEAKS

    Em 2010, o sítio WikiLeaks começa a divulgar centenas de milhares de documentos secretos pirateados pelo analista de inteligência do Exército dos Estados Unidos Bradley Manning, que depois muda de sexo e de nome para Chelsea Manning.

Manning entra para o Exército em 2007 e no ano seguinte faz um curso numa escola de inteligência do Arizona. Em outubro de 2009, ele é enviado ao Iraque, onde fica numa estação perto de Bagdá. No mês seguinte, entra em contato com Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, para divulgar os arquivos secretos.

Nesta data, o WikiLeaks revelou um memorando da Embaixada dos EUA na Islândia. Em abril de 2010, divulgz um vídeo em que um helicóptero militar norte-americano ataca um grupo de jornalistas com câmeras no ombro, inclusive dois funcionários da agência de notícias Reuters, que teriam sido confundidas com lançadores de foguetes. Em novembro de 2010, o WikiLeaks divulgou cerca de 250 mil memorandos do Departamento de Estado norte-americano e suas embaixadas.

Em maio de 2010, Manning confessa ao ciberpirata Adrian Lamo que roubou centenas de milhares de documentos secretos. Lamo o denuncia ao Exército. Manning é preso. Depois de mais mil dias preso antes do julgamento, em fevereiro de 2013, Manning admite a culpa em todas as 10 acusações.

Os procuradores do Departamento da Defesa decidem levar o caso adiante. Em julho de 2013, Manning é considerado inocente da acusação mais grave, colaborar com o inimigo, mas é condenado por várias acusações, inclusive espionagem e roubo. Pega 35 anos de prisão.

No dia seguinte à sentença, Manning declara que é mulher e pede autorização para fazer tratamento para mudar de sexo. Depois de 10 dias de greve de fome, em 2016, o Exército aceita que faça tratamento para mudar de sexo, inclusive cirurgia. No fim de seu governo, em janeiro de 2017, o presidente Barack Obama dá o perdão presidencial a Chelsea Manning, talvez por entender que ela revelou crimes cometidos pelas Forças Armadas dos EUA.

Quem pode arcar com a culpa é Assange, o hacker australiano que funda o WikiLeaks em 2006 inspirado pelo caso dos Papéis do Pentágono, em 1971, quando o jornalista Daniel Ellsberg precisou de dois anos para divulgar documentos secretos sobre a Guerra do Vietnã (1955-75). Na era eletrônica, Assange quer acelerar a divulgação de segredos de Estado.

Em novembro de 2010, a Suécia decreta a prisão de Assange por suspeita de crimes sexuais. Transar sem camisinha sem consentimento do parceiro é crime na Suécia. Assange nega as acusações e alega que a prisão na Suécia é o início de uma extradição para os EUA.

Assange se entrega no Reino Unido em 2010 para lutar contra a extradição. Dez dias depois, paga fiança e é libertado. Em junho de 2012, é acusado de violar os termos da fiança. Dois meses depois, ele pede asilo à Embaixada do Equador em Londres, onde fica até ser expulso, em abril de 2019. Ao sair, é preso.

Em 2016, antes da eleição de Donald Trump, o WikiLeaks divulgou e-mails pirateados da candidata democrata, Hillary Clinton, provavelmente pirateados pelos serviços secretos da Rússia. Assange nega qualquer ligação com a Rússia.

Nesta semana, a Justiça do Reino Unido deve chear a uma decisão definitiva sobre a extradição de Assange para os EUA.

Lá, ele é acusado de conspiração para invadir computadores e roubar documentos secretos. A simples divulgação de segredos de Estado não é crime, já que a Emenda nº 1 à Constituição dos EUA garante ampla liberdade de imprensa. Qualquer condenação por revelar documentos será um ataque à liberdade de imprensa em escala global.

Há dois dias, o Parlamento da Austrália aprovou uma moção pedindo aos EUA e ao Reino Unido que mandem Assange para a Austrália.

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