domingo, 30 de abril de 2017

EUA vão pagar pela defesa antimísseis da Coreia do Sul, diz McMaster

Num aparente desmentido do presidente Donald Trump, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Herbert McMaster, admitiu que os Estados Unidos vão pagar pelo sistema de Defesa Aérea Terminal a Alta Altitude (THAAD), em instalação na Coreia do Sul.

Em uma de suas declarações intempestivas recentes, Trump afirmou que a Arábia Saudita e a Coreia do Sul deveriam pagar mais pela aliança militar com os EUA, que são sua garantia de segurança. A bateria instalada custou US$ 1 bilhão.

Durante telefonema de 35 minutos na manhã deste domingo, o general McMaster disse ao assessor de Segurança Nacional do governo da Coreia do Sul, Kim Kwan Jin, que os EUA vão financiar o novo sistema de defesa antimísseis, como combinado pelos dois países no ano passado.

A curto prazo, o THAAD está orientado para a ameaça da Coreia do Norte, que está desenvolvendo mísseis e tecnologia nuclear. A longo prazo, pode se voltar também para a China, que vê no sistema uma vantagem dos EUA na competição estratégica entre as grandes potências.

Desde a Guerra da Coreia (1950-53), os EUA mantêm forças na Coreia do Sul com mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas para reunificar a Península Coreana. Nunca houve um acordo de paz nesta guerra, apenas um armistício (cessar-fogo).

Há uma tensão permanente ao longo do paralelo 38º Norte, a última fronteira da Guerra Fria. Com o colapso do comunismo e de sua maior aliada, a União Soviética, o regime stalinista norte-coreano entrou em crise e passou a fazer uma chantagem atômica em troca de ajuda em energia e alimentos.

Dois presidentes dos EUA, Jimmy Carter e Bill Clinton, fizeram acordos para desarmar o programa nuclear norte-coreano, sem sucesso. O atual ditador, Kim Jong Un, acelerou os programas nucleares e desenvolvimento de mísseis.

A ditadura de Pionguiangue vê nas armas atômicas a chave para a sobrevivência do regime. Por isso, durante a transição, o presidente Barack Obama advertiu o então presidente eleito Donald Trump de que o programa nuclear da Coreia do Norte é hoje a maior ameaça à segurança nacional dos EUA.

McMaster reafirmou o compromisso dos EUA com a Coreia do Sul como "a aliança mais sólida" e uma prioridade de Washington na Ásia. O telefonema tentou acalmar os ânimos e apagar o incêndio depois das declarações de Trump.

Depois de apenas cem dias, o corpo diplomático em Washington não dá atenção aos desatinos verbais do atual hóspede da Casa Branca. Está mais interessado nos atos e nos assessores que realmente governam os EUA.

Um comentário:

Anônimo disse...

O THAAD é para anular os mísseis chineses e, ao que parece, Trump não sabe desse detalhe, ou se sabe prefere agir como showman.