O primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero abriu a disputa por sua sucessão na liderança do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), ao anunciar que não será candidato à reeleição como deputado.
Entre o eleitorado socialista, o favorito é o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba.
Rodríguez Zapatero e o PSOE não eram favoritos nas eleições de 2004. Mas a reação do governo conservador do primeiro-ministro José María Aznar aos atentadores terroristas coordenados de 11 de março daquele ano contra o sistema de transportes de Madri, a três dias da votação, deu a vitória aos socialistas.
Como participava da invasão dos Estados Unidos ao Iraque, o governo Aznar tentou atribuir os atos terroristas ao grupo separatista basco ETA, que luta pela independência do País Basco. Mas já na noite no atentado a polícia de Madri encontrou fitas com récitas do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos e detonadores numa camionete.
Enquanto aumentavam as evidências da responsabilidade de extremistas muçulmanos, o governo central insistia em acusar a ETA, embora as características e o modo de realização dos ataques apontassem para a rede terrorista Al Caeda.
A população espanhola se mobilizou via telefone celular e organizou grandes manifestações de protestos que mudaram a opinião pública, dando vitória aos socialistas.
Rodríguez Zapatero foi reeleito em 2008, sem maioria absoluta, quando a pior crise financeira e econômica desde a redemocratização da Espanha, em 1975, se aproximava assustadoramente.
Com uma grave recessão no mercado imobiliário, a Espanha foi um dos países mais abalados pela Grande Recessão de 2008-9. Tem um déficit orçamentário de 11% do produto interno bruto e está sob pressão para pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e à União Europeia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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