O ex-ditador Fidel Castro, de 84 anos, confirmou hoje sua renúncia à liderança do Partido Comunista de Cuba e a transferência total de seus poderes ao irmão Raúl Castro. Ele não faz parte do Comitê Central eleito ontem, no 6º Congresso do PC.
A grande decepção foi a indicação de José Ramón Machado, um veterano de 80 anos, para vice-líder e do atual vice-presidente, Ramiro Valdez, para terceiro na hierarquia do partido, sinal de que a velha guarda resiste às mudanças.
Fidel foi obrigado a abandonar todos os cargos que ocupava - presidente, primeiro-ministro, comandante das Forças Armadas e líder do partido, entre outros - para ser submetido a uma cirurgia de emergência em 31 de julho de 2006, por causa de uma hemorragia abdominal.
Na época, noticiou-se que ele tinha mantido a liderança do partido para controlar o debate ideológico em torno de sua própria sucessão. Fidel escreve regularmente no jornal Granma, órgão oficial do PC cubano. Mas, há poucas semanas, confirmou que não ocupa formalmente mais nenhum cargo desde a cirurgia.
Em artigo publicado ontem, o veterano guerrilheiro convocou a nova geração a "retificar e mudar, sem hesitação, tudo o que deve ser retificado e mudado, além de continuar mostrando que o socialismo é também a arte do impossível". Ele admitiu que essa tarefa "é mais difícil do que a assumida por nossa geração quando foi proclamado o socialismo em Cuba, em 1959".
O Congresso do PC propôs mais de 300 reformas econômicas para permitir a abertura de pequenos negócios, a produção privada de alimentos e a compra e venda de casas. Devem acabar os carnês de racionamento, que limitavam o consumo de uma série de produtos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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