“Antes do pior terremoto registrado até hoje no país, a economia japonesa apresentava um crescimento moderado”, observou Shirakawa. Tinha a menor taxa de desemprego e o ritmo de expansão mais forte entre as economias do Grupo dos Sete (maiores potências industriais, menos a China).
O Terremoto de Sendai causou o que o presidente do banco central japonês chama de “choque de oferta”: começaram a faltar insumos na cadeia de suprimento à indústria e há uma escassez de energia no Leste do Japão por causa do acidente na usina nuclear de Fukushima.
“Agora, esperamos queda na produção e no produto interno bruto no primeiro e no segundo trimestres”, acrescentou Shirakawa.
Em comparação com a crise deflagrada pelo colapso do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, “desta vez, a demanda não evaporou. A demanda está aí. Por causa de severos constrangimentos à oferta, esta procura não pode ser atendida. Esta é a chave do problema”.
Ao mesmo tempo, isso significa que assim que a oferta de insumos estiver regularizada, o Japão vai voltar a uma trajetória de crescimento moderado: “Muitos analistas privados esperam que a economia japonesa volte a crescer no terceiro trimestre, mas ainda há muita incerteza”.
Como não há um problema de demanda, o Banco do Japão não vê necessidade de dar um novo estímulo à economia.
Logo depois do terremorto, as autoridades monetárias injetaram mais dinheiro no mercado para evitar uma paralisação da economia. O banco avalia que foi um sucesso ao manter a estabilidade do sistema financeiro em meio à pior crise no Japão desde a Segunda Guerra Mundial. Está atento para tomar medidas adicionais, se for preciso.
O prejuízo total causado pelo terremoto, maremoto e acidente nuclear está estimado em US$ 300 bilhões.
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