A festa está sendo realizada neste momento em Santiago de Cuba, onde a revolução começou, em 26 de juho de 1953. Fidel Castro foi preso e, no julgamento, declarou: "A História me absolverá".
O eterno comandante da revolução é o grande ausente. Por causa de uma hemorragia abdominal, Fidel deixou o poder em 31 de julho de 2006, sendo substituído pelo irmão, Raúl Castro. Ele assumiu oficialmente os cargos de presidente e primeiro-ministro em 24 de fevereiro de 2008, e está realizando uma abertura econômica moderada.
Fidel tinha 32 anos quando tomou o poder do ditador Fulgencio Batista, que era apoiado pelos Estados Unidos. Depois da nacionalização de propriedades de empresas e cidadãos americanos em Cuba, o governo americano impôs um embargo econômico à ilha, que adotou o socialismo e se aliou à União Soviética.
A fracassada tentativa de invasão da Baía dos Porcos por cubanos exilados nos EUA, com o apoio da CIA, a agência de espionagem americana, levou Fidel a pedir a instalação de mísseis nucleares em Cuba.
Em 14 de outubro de 1962, um avião-espião americano U-2 fotografou os mísseis e os silos onde seriam instalados, provocando a pior crise da Guerra Fria. Nunca o mundo esteve tão perto de uma guerra nuclear.
O presidente John Kennedy ordenou o bloqueio naval da ilha, ameaçando afundar os navios soviéticos que não se submetessem a uma revista pelas forças dos EUA. Em 27 de outubro, houve o acordo: a URSS retirou os mísseis de Cuba; em troca, os EUA se comprometeram a não invadir a ilha.
Uma ajuda soviética de cerca de US$ 5 bilhões por ano garantiu a revolução até a era de Mikhail Gorbachev (1985-91). Fidel discordou da abertura política e econômica do último líder soviético.
Os anos 90 foram o período mais difícil economicamente para a sobrevivência da revolução, que ganhou um novo aliado de peso com a posse de Hugo Chávez como presidente da Venezuela, em 1999.//
Cuba voltou a receber petróleo subsidiado. Em troca, mandou 30 mil médicos de família para as missões e programas sociais de Chávez. Isso adiou as reformas, que só começaram depois do afastamento de Fidel, há um ano e cinco meses.
Desde que assumiu a liderança, Raúl Castro liberou a compra de telefones celulares e computadores pessoais, deixou os cubanos se hospedarem em hotéis de luxo e liberalizou a agricultura.
A grande esperança do regime é o fim do embargo econômico americano durante o governo Barack Obama. O novo presidente americano deve facilitar a remessa de dinheiro e as viagens para a ilha. Mas, desde os anos 90, o embargo virou lei. Essa lei exige a libertação de todos os presos políticos e a realização de eleições democráticas para normalizar as relações econômicas entre os dois países.
Obama vai melhorar as relações com Cuba. O fim do embargo deve demorar mais um pouco, e o Brasil será um dos principais interlocutores desta reaproximação histórica.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário