quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Hoje na História do Mundo: 9 de Dezembro

VARÍOLA ERRADICADA

    Em 1979, uma comissão internacional de cientistas declara que a varíola, uma doença com 30% de risco de vida, está erradicada. Agora, corre o risco de voltar por causa da insanidade e irracionalidade do movimento antivacinas.

A varíola é uma praga para a humanidade há milênios. O faraó Ramsés V, do Egito, teria morrido de varíola em 1145 antes de Cristo. 

O conquistador espanhol Hernán Cortez toma Tenochtitlán, a capital do Império Asteca, em 13 de agosto de 1521, em meio a uma epidemia de varíola que atingiu sobretudo os índios, que acreditam que o deus dos espanhóis é superior ao deles, que não os protege.

O vírus atual, que seria de 1580, é combatido na China no século 16 com a inoculação de pequenas quantidades para causar casos leves capazes de gerar imunidade, um precursos das vacinas.

No fim do século 18, quando a vacina é uma das principais causas de mortes na Europa, o cientista inglês Edward Jenner, cria a vacina em 1796. Muitos países europeus tornam a vacinação obrigatória e a varíola declina nos séculos 19 e 20.

A partir de 1967, a Organização Mundial da Saúde (OMS) faz campanha para atacar os últimos focos da doença. O último caso é diagnosticado em 1977 na Somália. A erradicação da varíola, graças à vacina, é um dos grandes triunfos da medicina.

PRIMEIRA INTIFADA

    Em 1987, jovens palestinos começam na Faixa de Gaza a Primeira Intifada (revolta das pedradas) contra a ocupação de territórios árabes por Israel depois de um acidente de um caminhão israelense que bate numa caminhonete em que morrem quatro palestinos.

Quando Israel manda forças especiais para conter a violência, a revolta se propaga para a Cisjordânia. Os dois territórios estão sob ocupação israelense desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Para fortalecer o movimento pela criação de uma pátria para o povo palestino, o rei Hussein, da Jordânia, abre mão da reivindicação de soberania sobre a Cisjordânia em julho de 1988.

Em 15 de novembro de 1988, no exílio na Tunísia, o líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, declara a independência da Palestina, denuncia o terrorismo e reconhece o Estado de Israel, tentando criar condições para negociações de paz.

As negociações começam na Conferência de Madri, em 30 e 31 de outubro de 1991, depois que Israel evita responder aos ataques do Iraque de Saddam Hussein durante a Guerra do Golfo, em 1991. Ganham impulsa com as negociações secretas de Oslo, na Noruega, em 1993.

Em 13 de setembro de 1993, Arafat e o primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, apertam as mãos e assinam uma declaração de princípios nos jardins da Casa Branca. No ano seguinte, é criada a Autoridade Nacional Palestina. Arafat volta à Cisjordânia. Os palestinos assumem o controle sobre a Faixa de Gaza e a cidade histórica de Jericó.

O assassinato de Rabin por um extremista israelense, em 4 de novembro de 1995, em Telavive, desanda o processo da paz. A paz entre israelenses e palestinos é um sonho distante até hoje.

WALESA PRESIDENTE

    Em 1990, o líder operário Lech Walesa, fundador do sindicato livre Solidariedade, se torna o primeiro presidente eleito diretamente da história da Polônia.

Walesa, nascido em 1943, era eletricista no Estaleiro Lenin, em Gdansk, de onde é demitido em 1976 como agitador. Em agosto de 1980, lidera uma greve que leva ao reconhecimento do sindicato pelo regime comunista polonês. 

Um golpe liderado pelo general Jociech Jaruzelski, em 13 de dezembro de 1981, recoloca o Solidariedade na ilegalidade. Em 1983, Walesa ganha o Prêmio Nobel da Paz.

Com a abertura polícia promovida a partir de 1985 pelo líder do Partido Comunista da União Soviética, Mikhail Gorbachev, o Solidariedade volta a ser legalizado em abril de 1989 e obtém uma ampla vitória nas primeiras eleições parlamentares livres no Bloco Soviético, em 4 e 18 de junho de 1989. Tadeusz Mazowiech, aliado de Walesa, se torna primeiro-ministro e inicia as reformas liberalizantes para superar o regime comunista.

Na Presidência, Walesa se mostra menos hábil do que como líder sindical. Em 1995, perde a eleição presidencial para o ex-comunista Alexander Kwasniesk, da Aliança da Esquerda Democrática.

CHARLES E DIANA SE SEPARAM

    Em 1992, o primeiro-ministro britânico, John Major, anuncia a separação dos príncipes de Gales, Charles e Diana, depois de anos de uma guerrinha particular do casal travada através da imprensa sensacionalista do Reino Unido.

É o fim de um casamento de sonho, transmitido ao vivo da Catedral de São Paulo, em Londres, em 29 de julho de 1981, para 1 bilhão de telespectadores de 79 países. Diana precisa fazer teste de virgindade para casar. O primeiro filho, o príncipe William, nasce em 1982, e o segundo, o príncipe Harry, em 1984.

O casal real se divorcia em agosto de 1996. Lady Di morre em acidente de automóvel como uma cinderela cuja carruagem se esborracha em Paris, a cidade romântica por excelência, quando fugia dos fotógrafos com o namorado egípcio, Dodi al-Fayed, em 31 de agosto de 1997. A tragédia da princesa do povo causa uma grande comoção no Reino Unido e obriga a família real a reconhecer sua importância para a monarquia.

EUA INTERVÊM NA SOMÁLIA

    Em 1992, por ordem do presidente George Herbert Walker Bush (1989-93), derrotado por Bill Clinton um mês antes, os fuzileiros navais dos Estados Unidos chegam a Mogadíscio, na Somália, numa missão para levar garantir a ação humanitária das Nações Unidas ao país assolado pela fome, que está em estado de anarquia desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em janeiro 1991.

A Somália cai em guerra civil. Em pouco menos de dois anos, 50 mil pessoas morrem na guerra e outras 300 mil de fome. Os EUA intervêm com a Operação Restaurar a Esperança na expectativa de acabar com o flagelo da fome. 

A ajuda humanitária das Nações Unidas recomeça, mas as forças norte-americanas não conseguem controlar a ação dos senhores da guerra que disputam o poder na Somália. A violência continua e um ataque à missão da ONU mata 24 soldados do Paquistão.

Em reação, a ONU ordena a captura do general Mohamed Farah Aidid, o senhor da guerra que controla a região de Mogadíscio, a capital somaliana. Mas as forças dos EUA, já no governo Bill Clinton (1993-2001) estão lá para proteger a ajuda humanitária. Não têm equipamento para grandes ações ofensivas.

Durante uma tentativa de prender Aidid, em 3 de outubro de 1993, os rebeldes somalianos derrubam dois helicópteros de combate Falcão Negro e matam 18 soldados. Alguns são arrastados pelas ruas de Mogadíscio, numa humilhação para os EUA, que se retiram da Somália. A Batalha de Mogadíscio é encenada no filme Falcão Negro em Perigo.

Esta humilhação leva ao que Clinton considera o maior erro de política externa de seu governo. Os EUA não intervêm em Ruanda para impedir o genocídio da minoria tútsi. De 7 de abril a 15 de julho de 1994, cerca de 800 mil pessoas morrem neste pequeno país do Centro da África, no último genocídio do trágico século 20.

A maioria hutu, inclusive a milícia Interahamwe, responsável pelo genocídio, foge para o Zaire, onde entra em choque com os baniamulengue, da mesmo etnia dos tútsis, desestabilizando o país vizinho. 

Isto leva o guerrilheiro Laurent Kabila, que lutara com Ernesto Che Guevara, que o considerava bêbado e mulherengo, incapaz de liderar uma revolução, a deixar seu refúgio, marchar até Kinshasa, derrubar o ditador Joseph Mobutu, em 1997, e mudar o nome do país para República Democrática do Congo.

A queda de Mobutu deflagra a Primeira Grande Guerra Mundial Africana (1997-2002), travada por nove países e pelo menos 25 grupos armados irregulares, com um total de mortes estimado em 5,4 milhões, em combate, de fome e de doenças. É o maior conflito armado do mundo depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

RÚSSIA DOPADA

    Em 2016, a Agência Mundial Antidoping (WADA) acusa a Rússia de dopagem sistemática de mais de mil atletas numa "conspiração institucional" para fraudar competições esportivas internacionais, inclusive as olimpíadas.

 Um segundo relatório da WADA implica o Ministério dos Esportes e o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia, sucessor da temida polícia política soviética (KGB), do qual o ditador Vladimir Putin foi diretor-geral antes de se tornar primeiro-ministro e presidente.

A Rússia é suspensa de competições internacionais por quatro anos em 2019, pena depois reduzida para dois anos. Na Olimpíada de Tóquio, os atletas russos competem seu seus uniformes, sem bandeira e sem hino nacional.

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