quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Ômicron chega a 110 países e políticas de combate divergem

A variante ômicron do coronavírus de 2019 já chegou a 110 países de cinco continentes e bate novos recordes. O Reino Unido registrou mais de 120 mil casos novos nesta quinta-feira e a França 84.272. Nos Estados Unidos, foram mais de 270,5 mil. Nestes três países, os governos recomendam a dose de reforço. A Holanda impôs o confinamento a todo o país e a China à cidade de Xiam, sua primeira capital.

Desde o início da pandemia, os governos divergem e adotam suas próprias estratégias nacionais. Até hoje, com dois anos de pandemia, não há um plano global de combate à doença do coronavírus. 

"Podemos ver a nova tempestade chegando", declarou Hans Kluge, diretor regional da Organização Mundial da Saúde para a Europa. "Dentro de semanas, a ômicron será dominante em vários países."

Em algum momento, houve uma certa convergência em torno das medidas de confinamento, testagem em massa, rastreamento do vírus e isolamento dos infectados. Agora, a fadiga das medidas de confinamento e distanciamento físico e social.

Enquanto a África do Sul, onde a ômicron foi descoberta em 24 de novembro numa amostra coletada em 9 de novembro, não adotou o confinamento, a Holanda fechou todos os serviços não essenciais por um mês e limitou as visitas a residências a duas pessoas.

Alguns países estão deixando passar o Natal. A Alemanha e Portugal já anunciaram restrições ao movimento. No Reino Unido, o primeiro-ministro se nega a impor novas medidas antes das festas. Na França, o presidente Emmanuel Macron admitiu que poderá reimpor o confinamento se os hospitais estiverem sobrecarregados. Por ora, afastou a possibilidade, mas a ômicron se propaga velozmente. Ambos apostam na dose de reforço das vacinas.

A Austrália também não vê necessidade de confinamento. A Nova Zelândia adiou a reabertura das fronteira para fevereiro. Semanas depois de se reabrir ao turismo, a Tailândia suspendeu a entrada livre, sem quarentena.

No mundo, já são 278.147.517 casos confirmados e 5.386.705 mortes. Mais de 249 milhões de pacientes se recuperaram, cerca de 23,67 milhões têm casos leves ou médios e 88.593 (0,4% dos casos ativos) estão em estado grave.

Aqui no Brasil, continua o apagão de dados do Ministério da Saúde, com mais de 617 mil mortes e 22.223.910 casos confirmados. Para combater a ômicron, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a exigência de certificado de vacina para entrar no país. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi criticado por afirmar que não há urgência em vacinar as crianças porque há poucas mortes na faixa etária de 5 a 11 anos.

Com mais 270.577 casos e 1.191 mortes, os EUA chegaram a 51.814.824 casos confirmados e 815.423 mortes, os maiores números para um país na pandemia. A média diária de casos novos dos últimos sete dias cresceu 54% em duas semanas para 185.841. O número de hospitalizados por covid-19 subiu 10% em duas semanas para 69.392. A média diária de mortes dos últimos sete dias avançou 7% em duas semanas para 1.369.

O presidente Joe Biden anunciou a distribuição gratuita de 500 milhões de testes caseiros aos norte-americanos, mas só será possível fazer isso em janeiro. 

A agência federal de Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) aprovou o uso emergencial do mulnopiravir, um remédio do laboratório a ser tomado por via oral nos primeiros dias da infecções por pacientes que possam desenvolver casos graves. Nos testes clínico, o mulnopiravir apresentou eficácia de apenas 30% para evitar hospitalizações. Só foi aprovado tendo em vista a gravidade da pandemia

Três estudos divulgados ontem concluíram que até o momento não há indícios de que a ômicron seja mais virulenta. E a África do Sul acredita ter passado do pico da contaminação pela nova variante.

Mais de 8,9 bilhões de doses de vacinas foram aplicadas até agora no mundo. Cerca de 4,5 bilhões de pessoas, 58% da população mundial, tomaram ao menos uma dose, mas só 8,3% nos países pobres; 49% da humanidade completaram a vacinação e 6% receberam a dose de reforço.

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