Vinte países (Angola, Austrália, Burúndi, Canadá, Costa do Marfim, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Etiópia, França, Gana, Grécia, Irlanda, Itália, Moçambique, Porto Rico, Reino Unido, República Democrática do Congo, Suíça e Zâmbia) de quatro continentes (África, América, Europa e Oceania) bateram recordes de contaminação na pandemia com a variante ômicron do coronavírus de 2019.
Os EUA bateram um novo recorde mundial, com 582.044 casos novos num dia, de acordo com o jornal The New York Times, e esperam o pico em meados de janeiro. A França voltou a registrar mais de 200 mil casos novos num dia. O Reino Unido estabeleceu novo recorde nacional: mais de 189 mil casos novos em 24 horas.
Muito mais contagiosa do que as cepas anteriores, embora a maioria dos casos até agora seja menos grave, a ômicron aumenta a pressão sobre os sistemas de saúde. Pelo menos cinco países, inclusive a Austrália, a Dinamarca e o Reino Unido, tiveram recordes mais de duas vezes maiores do que os anteriores.
OMS ALERTA BRASIL
O diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, acredita que o Brasil também possa sofrer uma onda de contágio. Sem dados confiáveis sobre a pandemia desde 10 de dezembro, o país enfrenta a ômicron em voo cego.
Para agravar a situação, o Ministério da Educação decidiu proibir a exigência de certificado de vacina em universidades federais, violando a autonomia universitária prevista na Constituição.
A ômicron foi descoberta em 24 de novembro na África do Sul numa amostra coletada em 9 de novembro. A África do Sul passou do pico de contaminação. O principal epidemiologista sul-africano espera que a curva se repita em outros países. Mais de 90% das mortes hoje na África do Sul são de não vacinados.
ÔMICRON AVANÇA
Nos EUA, onde o primeiro caso da ômicron foi detectado em 1º de dezembro, houve uma alta de 181% no contágio em duas semanas para um média diária de 344.543 casos novos nos últimos sete dias. O número de hospitalizados cresceu 15% em duas semanas para 78.781. As mortes caíram 5% em duas semanas para uma média diária de 1.221.
Esta divergência entre o número de casos, hospitalizações e mortes é devida à vacinação. Mais de 62% dos norte-americanos estão plenamente vacinados e 21% tomaram a dose de reforço.
No mundo, já são 286.515.043 casos confirmados e 5.429.595 mortes. Mais de 253 milhões de pacientes se recuperaram, cerca de 28 milhões enfrentam casos leves ou suaves e 90.208 estão em estado grave.
A França registrou mais 206.243 casos nesta quinta-feira, depois de um recorde de mais de 208.099 ontem. A média diária de casos em uma semana atingiu um recorde de 121.566, quatro vezes mais do que um mês atrás. O uso de máscaras voltou a ser obrigatório nas ruas de Paris e Lyon. Há 18.321 pacientes de covid-19 em hospitais na França, o maior número em sete meses.
No Reino Unido, foram 189.213 casos novos e 332 mortes notificadas nesta quinta-feira, superando o recorde anterior, de 183.037. O total de pacientes de covid-19 hospitalizados está em 11.452, 4 mil a mais do que na semana passada.
Com mais 195 infecções diagnosticadas hoje, a China enfrenta o pior surto do ano. Com cerca de 1,2 mil casos em três semanas, é o maior desde o surto inicial, em Wuhan, dois anos atrás. Tem foco em Xiam, a primeira capital do país, onde 13 milhões de pessoas estão sob um confinamento rigoroso. A ômicron é um teste para a política de covid-zero, de erradicação total do vírus, do governo chinês.
Nas redes sociais, os chineses prestaram homenagem a Li Wenliang, o médico oftalmologista do Hospital Central de Wuhan que alertou os colegas há dois sobre uma pneumonia aguda que resistia a todos os tratamentos. Foi e acusado de propagar boatos alarmistas. Morreu de covid-19 em 7 de fevereiro de 2020.
Uma dose de reforço da vacina da Janssen evitou a hospitalização em 84% dos profissionais de saúde da África do Sul que pegaram a variante ômicron.
VACINAÇÃO DE CRIANÇAS
Dois estudos divulgados nesta quinta-feira pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA mostram a importância de vacinar crianças.
Mais de 8 milhões de doses foram aplicadas em crianças de 5 a 11 anos no país. Os efeitos colaterais foram raros e suaves. Houve 11 casos de miocardite e todas as crianças estavam bem ou em recuperação.
Por outro lado, entre 700 hospitalizações pediátricas, a imensa maioria foi de crianças que não completaram a vacinação. Um terço das crianças precisou de terapia intensiva, 15% foram entubadas e 1,5% morreu.
Aqui no Brasil, o governo Jair Bolsonaro adiou para 5 de janeiro a decisão sobre a imunização de crianças.
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