quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Ômicron causa recordes de contágio em 20 países

 Vinte países (Angola, Austrália, Burúndi, Canadá, Costa do Marfim, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Etiópia, França, Gana, Grécia, Irlanda, Itália, Moçambique, Porto Rico, Reino Unido, República Democrática do Congo, Suíça e Zâmbia) de quatro continentes (África, América, Europa e Oceania) bateram recordes de contaminação na pandemia com a variante ômicron do coronavírus de 2019. 

Os EUA bateram um novo recorde mundial, com 582.044 casos novos num dia, de acordo com o jornal The New York Times, e esperam o pico em meados de janeiro. A França voltou a registrar mais de 200 mil casos novos num dia. O Reino Unido estabeleceu novo recorde nacional: mais de 189 mil casos novos em 24 horas.

Muito mais contagiosa do que as cepas anteriores, embora a maioria dos casos até agora seja menos grave, a ômicron aumenta a pressão sobre os sistemas de saúde. Pelo menos cinco países, inclusive a Austrália, a Dinamarca e o Reino Unido, tiveram recordes mais de duas vezes maiores do que os anteriores. 

OMS ALERTA BRASIL

O diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, acredita que o Brasil também possa sofrer uma onda de contágio. Sem dados confiáveis sobre a pandemia desde 10 de dezembro, o país enfrenta a ômicron em voo cego.

Para agravar a situação, o Ministério da Educação decidiu proibir a exigência de certificado de vacina em universidades federais, violando a autonomia universitária prevista na Constituição.

A ômicron foi descoberta em 24 de novembro na África do Sul numa amostra coletada em 9 de novembro. A África do Sul passou do pico de contaminação. O principal epidemiologista sul-africano espera que a curva se repita em outros países. Mais de 90% das mortes hoje na África do Sul são de não vacinados.

ÔMICRON AVANÇA

Nos EUA, onde o primeiro caso da ômicron foi detectado em 1º de dezembro, houve uma alta de 181% no contágio em duas semanas para um média diária de 344.543 casos novos nos últimos sete dias. O número de hospitalizados cresceu 15% em duas semanas para 78.781. As mortes caíram 5% em duas semanas para uma média diária de 1.221.

Esta divergência entre o número de casos, hospitalizações e mortes é devida à vacinação. Mais de 62% dos norte-americanos estão plenamente vacinados e 21% tomaram a dose de reforço. 

No mundo, já são 286.515.043 casos confirmados e 5.429.595 mortes. Mais de 253 milhões de pacientes se recuperaram, cerca de 28 milhões enfrentam casos leves ou suaves e 90.208 estão em estado grave.

A França registrou mais 206.243 casos nesta quinta-feira, depois de um recorde de mais de 208.099 ontem. A média diária de casos em uma semana atingiu um recorde de 121.566, quatro vezes mais do que um mês atrás. O uso de máscaras voltou a ser obrigatório nas ruas de Paris e Lyon. Há 18.321 pacientes de covid-19 em hospitais na França, o maior número em sete meses.

No Reino Unido, foram 189.213 casos novos e 332 mortes notificadas nesta quinta-feira, superando o recorde anterior, de 183.037. O total de pacientes de covid-19 hospitalizados está em 11.452, 4 mil a mais do que na semana passada.

Com mais 195 infecções diagnosticadas hoje, a China enfrenta o pior surto do ano. Com cerca de 1,2 mil casos em três semanas, é o maior desde o surto inicial, em Wuhan, dois anos atrás. Tem foco em Xiam, a primeira capital do país, onde 13 milhões de pessoas estão sob um confinamento rigoroso. A ômicron é um teste para a política de covid-zero, de erradicação total do vírus, do governo chinês.

Nas redes sociais, os chineses prestaram homenagem a Li Wenliang, o médico oftalmologista do Hospital Central de Wuhan que alertou os colegas há dois sobre uma pneumonia aguda que resistia a todos os tratamentos. Foi e acusado de propagar boatos alarmistas. Morreu de covid-19 em 7 de fevereiro de 2020.

Uma dose de reforço da vacina da Janssen evitou a hospitalização em 84% dos profissionais de saúde da África do Sul que pegaram a variante ômicron.

VACINAÇÃO DE CRIANÇAS

Dois estudos divulgados nesta quinta-feira pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA mostram a importância de vacinar crianças. 

Mais de 8 milhões de doses foram aplicadas em crianças de 5 a 11 anos no país. Os efeitos colaterais foram raros e suaves. Houve 11 casos de miocardite e todas as crianças estavam bem ou em recuperação. 

Por outro lado, entre 700 hospitalizações pediátricas, a imensa maioria foi de crianças que não completaram a vacinação. Um terço das crianças precisou de terapia intensiva, 15% foram entubadas e 1,5% morreu.

Aqui no Brasil, o governo Jair Bolsonaro adiou para 5 de janeiro a decisão sobre a imunização de crianças.

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