Em mais de 350 cidades dos Estados Unidos, houve manifestações contra o racismo e a violência policial ontem e hoje. Indiferente diante da voz das ruas , o presidente Donald Trump desapareceu no fim de semana e ainda fez ironia com o candidato do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos.
O ex-vice-presidente Joe Biden, se ajoelhou em homenagem ao segurança negro George Floyd, assassinado há uma semana em Mineápolis por um policial branco que pisou no seu pescoço com o joelho por quase nove minutos.
O ex-vice-presidente Joe Biden, se ajoelhou em homenagem ao segurança negro George Floyd, assassinado há uma semana em Mineápolis por um policial branco que pisou no seu pescoço com o joelho por quase nove minutos.
"Os covardes se ajoelham", escreveu o presidente no Twitter.
Nesta segunda-feira, duas semanas depois da morte de Floyd, Trump vai se reunir com ministros para discutir a manutenção da ordem. A onda de protestos provocou mais violência policial. A Casa Branca examina a possibilidade de Trump fazer um pronunciamento público sobre a situação.
O Partido Republicano se opõe a um projeto da oposição democrata para criar um registro nacional dos policiais que cometerem abusos. Derek Chauvin, o policial que pisou no pescoço de Floyd com o joelho, tinha 19 reclamações contra ele.
A punição de policiais é difícil por causa do corporativismo e da força dos sindicatos da categoria, noticiou o jornal The New York Times. Enquanto a participação de trabalhadores em sindicatos caiu pela metade para 10% desde os anos 1980s, em serviços de segurança é de 33,8%. Só um sindicato de Nova York gastou US$ 1 milhão em campanhas desde 2014.
Entre as reivindicações dos manifestantes, está a redução do orçamento das polícias e o uso do dinheiro para financiar projetos sociais para a comunidade negra. A Câmara Municipal de Mineápolis pode dissolver a polícia e recriar o departamento em novas bases.
Trump tenta se apresentar como o presidente da "segurança pública", repetindo o lema de Richard Nixon, que se elegeu no tumultuado ano de 1968, quando foram assassinados o líder do movimento pelos direitos civis dos negros, Martin Luther King Jr., e o favorito para candidato do Partido Democrata na eleição presidencial daquele ano, Robert Kennedy.
Durante o governo de Barack Obama, o primeiro e único presidente negro da história do país, pelo menos 20 departamentos de polícia iniciaram programas de retreinamento dos agentes para combater o racismo institucionalizado. O governo Trump acabou com o programa.
O ex-secretário da Defesa James Cachorro Louco Mattis, um general do Corpo de Fuzileiros Navais condecorado por bravura nas guerras do Afeganistão e do Iraque, foi mais duro. Acusou o Trump de ser "o primeiro presidente na minha vida que não uniu nem fingiu tentar unir o povo americano, tenta nos dividir" e comentou que o país "testemunha as consequências de três anos sem uma liderança madura".
Depois que Trump usou a Guarda Nacional para acabar com uma manifestação pacífica diante da Casa Branca para ir até uma igreja posar para fotos com uma Bíblia na mão, Mattis criticou "aqueles que, no poder, fizeram zombaria da nossa Constituição" e declarou estar "irritado e horrorizado" como que viu.
A Emenda nº 1 à Constituição dos EUA garante, entre outras liberdades fundamentais, o direito de livre associação para fins pacíficos.
Outro general, John Kelly, ex-chefe da Casa Civil e ex-secretário da Segurança Interna, concordou com Mattis e acrescentou que "precisamos olhar com mais cuidado com quem elegemos".
O ex-secretário de Estado (ministro do Exterior) e ex-comandante do Estado-Maior da Forças Armadas Colin Powell, que é negro, chamou Trump de "mentiroso e desonesto. Ele anunciou voto no candidato da oposição, o ex-vice-presidente Joe Biden, na eleição presidencial de 3 de novembro.
Em entrevista à rede de televisão americana CNN, Powell afirmou ter concluído que Trump é racista quando o atual presidente questionou se o ex-presidente Barack Obama nasceu mesmo nos EUA. Também o considerou um perigo por insultar aliados dos EUA, colocando em risco a política externa americana.
Sob pressão dos militares, Trump ordenou a retirar da Guarda Nacional do Distrito de Colúmbia.
Na sexta-feira, o Corpo de Fuzileiros Navais, uma das armas das Forças Armadas dos EUA, anunciou que vai retirar todas as apresentações públicas da bandeira dos Estados Confederados do Sul, que lutaram contra o Norte durante a Guerra Civil Americana (1861-65) para manter a escravidão.
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