sábado, 4 de janeiro de 2020

Milhares marcham em Bagdá no funeral do general iraniano morto

Uma multidão marchou hoje às ruas da capital do Iraque como parte dos funeral do general Kassem Suleimani, comandante da Força Quods (Jerusalém), a tropa de elite da Guarda Revolucionária Iraniana para ações no exterior. O Irã prometeu uma "vingança forte".

"A vingança está chegando", gritavam os manifestantes, entre outras palavras de ordem como "morte aos Estados Unidos". Suleimani foi morto na madrugada de ontem por um míssil disparado por um drone americano logo depois de chegar ao aeroporto de Bagdá.

Principal operador da política externa da República Islâmica no Oriente Médio, Suleimani era acusado pelos EUA de criar um arco ou crescente xiita que vai do Irã ao Líbano, passando pelo Iraque, a Síria e o Bahrein, como parte de uma disputa com a Arábia Saudita, majoritariamente sunita, pela liderança regional no Oriente Médio.

Depois da invasão americana ao Iraque que derrubou o ditador Saddam Hussein, arqui-inimigo do Irã, Suleimani organizou a criação de milícias xiitas responsáveis pela morte de centenas de soldados dos EUA. Era o oficial de ligação com a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) no Líbano e com o Movimento de Resistência Islâmica palestino (Hamas).

A partir de 2011, foi o grande arquiteto da defesa da ditadura de Bachar Assad durante a guerra civil na Síria até a intervenção militar da Rússia, em 30 de setembro de 2015.

Em Miami, na Flórida, o presidente Donald Trump declarou ontem que "agimos para parar uma guerra, não para começar uma guerra." E ameaçou atacar 52 alvos iraquianos, se vidas americanas foram atacadas.

A resposta iraniana deve ser calibrada para desestimular futuros ataques dos EUA sem escalar ainda mais a situação.

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