Sob pressão da guerra comercial dos Estados Unidos e de problemas econômicos internos, a China cresceu 6,1% em 2019 pelas estatísticas oficiais do regime comunista. Mas foi o menor avanço em 29 anos, desde 1990, quando o país saía da recessão causada pelo boicote internacional depois do massacre na Praça da Paz Celestial, em Beijim, em 1989. Há uma desaceleração do crescimento extraordinário dos últimos 40 anos, que transformou o país no segundo mais rico do mundo.
Além dos tarifaços do presidente Donald Trump, aliviados mas não eliminados pelo acordo inicial assinado há dois dias, a economia chinesa sofre com o fraco consumo pessoal, o desemprego em alta e problemas no sistema bancário.
No último trimestre do ano passado, a China cresceu em ritmo de 6% ao ano, abaixo da expectativa do mercado. O Escritório Nacional de Estatísticas declarou que a economia "manteve o ritmo em geral" durante um período difícil, mas advertiu para os riscos de "problemas estruturais, sistemáticos e cíclicos" domésticos.
A taxa de natalidade caiu em 2019 para um recorde de baixa de 1,05%. Com a política filho único, adotada em 1978 para conter a explosão demográfica e só alterada recentemente, há uma expectativa de escassez de mão de obras nas próximas duas décadas, quando a China deverá se tornar a maior economia do mundo.
O acordo preliminar assinado em 15 de janeiro em Washington pelo presidente Trump e o vice-primeiro-ministro chinês Liu He mantém as tarifas sobre produtos importados pelos EUA num valor de US$ 360 bilhões por ano.
Com a queda de 13% nas exportações para os EUA, o investimento na indústria baixou 3,1% no ano passado, numa clara indicação do impacto da guerra comercial de Trump. As questões mais difíceis, como subsídios, política industrial e ciberespionagem ficaram para uma segunda fase das negociações
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário