NOVA YORK - Esta cidade traumatizada pelo atentado terrorista mais espetacular da História lembrou hoje as vítimas da tragédia de 11 de setembro de 2001. Seus nomes foram lidos um a um no marco zero, em cerimônia presidida pelo presidente Barack Obama.
Perto de 3 mil pessoas foram mortas: 2.753 em Nova York, 184 no Pentágono e 40 no avião que caiu em Shanksville, na Pensilvânia, quando passageiros enfrentar os sequestradores e tentaram retomar o controle da situação. Obama esteve nos três lugares para prestar homenagens.
Dez anos depois, com a morte de Ossama ben Laden, a malfadada "guerra contra o terror" declarada naquele dia pelo então presidente George W. Bush perde cada vez mais seu significado e "dissolve-se na História", como afirma a revista The Economist.
É claro que os terroristas da rede Al Caeda continuam mais determinados do que nunca a atacar os EUA. Gostariam de vingar a morte do xeque. Se não conseguiram nos últimos dez anos, têm menos chance. Os Estados Unidos acreditam que a maior ameaça hoje seja um ataque com armas químicas ou biológicas, mas o esconderijo de Ben Laden revelou uma Caeda muito mais pobre e primitiva do que se imaginava
O 11 de Setembro não mudou o mundo. Pode ser um marco do início do século 21, mas não se compara à queda do Muro de Berlim, que acabou com a ordem mundial da Guerra.
Ao deflagrar a Grande Recessão, o colapso do banco Lehman Brothers, em 14 de setembro de 2008, foi muito mais importante. Acelerou o declínio das potências do Ocidente e a ascensão da Ásia.
O século 21 não será o século do terrorismo. Será o Século da Ásia. Com o terrorismo de Estado de Hitler, Stalin e Mao, além dos grupos guerrilheiros que tornaram essa tática de guerra endêmica no Oriente Médio, na América Latina, na África, na Ásia e na Europa, o século 20 foi o século do terrorismo.
Desde 2001, a dúvida era se os atentados eram a última guerra do século 20 ou a primeira do século 21. Como a rede Al Caeda nasceu no Afeganistão em 1988, ainda sob a ocupação soviética, talvez tenha sido mesmo a última guerra do século passado.
Antes de tudo, a guerra contra o terrorismo foi um equívoco semântico. Em primeiro lugar, não se pode fazer guerra contra uma tática de guerra. Em segundo lugar, várias vezes os EUA cometeram atos terroristas ou apoiaram aliados que fizeram isso, por exemplo, nas ditaduras militares latino-americanas durante a Guerra Fria.
A operação para matar Ben Laden mostrou que o terror não estatal se combate com mais eficiência com inteligência e ações de comandos
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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