Um avião havia se chocado contra uma das torres do World Trade Center, em Nova York. A informação inicial é de seria um avião pequeno. Afinal, grandes aviões não poderia entrar no espaço aéreo da cidade a baixa altitude.
Já estava na redação e as TVs já mostravam imagens ao vivo, às 14h04 pelo horário londrino, quando o segundo avião se chocou contra a Torre Sul. No primeiro momento, pensei que tinham conseguido a imagem do primeiro avião. Mas as duas torres estavam pegando fogo.
Naquele momento, a ficha caiu. Estávamos diante do atentado terrorista mais espetacular da História, com cobertura ao vivo e em cores. Imediatamente, Steve, um jornalista inglês do London Radio Service. que tinha trabalhado no Oriente Médio, matou a charada: "Só pode ter sido Ben Laden".
O líder da rede terrorista Al Caeda era conhecido há pelo menos cinco anos do público britânico, desde que o laureado correspondente de Oriente Médio do Independent, Robert Fisk, o entrevistou.
A partir daí, a redação entrou em polvorosa. Com a queda das Torres Gêmeas, a sombra do terror pairou sobre Londres. Por causa do alinhamento automático do Reino Unido com os Estados Unidos, os londrinos temiam que a cidade fosse o próximo alvo.
Bateu o horror. A produtora decidiu cancelar a gravação. Foram todos trabalhar nos atentados.
O então primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que seria um discurso num encontro de sindicatos, mudou o texto. Falando de improviso, deu total solidariedade aos Estados Unidos.
Eu tinha um lançamento de livro, um atlas da ONU sobre corais e biodiversidade, no Ministério do Exterior britânico, um possível alvo. Fui lá, comprei o livro e caí fora. Fui para casa, onde escrevi para o No.com um dos que considero melhores textos da miha carreira jornalística.
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