Quatro anos de ficar fora do segundo turno da eleição presidencial, os partidos tradicionais de direita e de esquerda venceram o segundo turno das eleições regionais e departamentais na França. A Reunião Nacional (RN), de extrema direita, liderada por Marine Le Pen, não conquistou nenhuma região nem A República em Marcha (LRM), do presidente Emmanuel Macron, de centro-direita.
Com uma abstenção de 65,7% ontem, depois dos 66,7% no primeiro turno, no domingo da semana passada, é cedo para tirar conclusões a eleição presidencial de 2022, marcada para 10 e 24 de abril. Mas parece evidente que os lugares de Macron e Le Pen não estão garantidos no segundo turno. Não deve ser uma repetição do segundo turno de 2017, quando o atual presidente venceu por 66% a 34%.
Le Pen responsabilizou a abstenção e Macron deve tentar rearticular seu partido com uma reforma ministerial. As reformas econômicas que prometeu são impopulares. Devem ser adiadas. Ambas as candidaturas estão abaladas.
A direita republicana, que exclui a extrema direita, conquistou sete regiões e reelegeu seus principais líderes, como Xavier Bertrand, Laurent Wauquiez e Valérie Pécresse, governadora da Ilha da França, onde fica Paris.
Nas eleições para as 95 câmaras departamentais, cinco viraram à direita e dois à esquerda. A direita garantiu a vitória em pelo menos 64 e a extrema direita perdeu 21 dos 35 departamentos que governava. O Partido Comunista Francês perdeu no Vale do Marne, o único que controlava.
"Hoje os extremos recuaram uma longa distância em nossa região porque não lhes deixamos espaço para operar", festejou o governador reeleito da região de Auvérnia-Ródano-Alpes, no Sudeste da França. Laurent Wauquiez é do tradicional partido gaullista, conservador, de direita, que hoje se chama Os Republicanos (LR).
Xavier Bertrand, governador reeleito da região dos Altos da França (Norte), do mesmo partido, anunciou a intenção de disputar o Palácio do Eliseu com Macron e Le Pen.
É o partido dos presidentes Charles de Gaulle (1959-69), Georges Pompidou (1969-74), Jacques Chirac (1995-2007) e Nicolas Sarkozy (2007-12). Seu candidato em 2017, o ex-primeiro-ministro François Fillon, perdeu a vaga no segundo turno por causa de um escândalo de corrupção e abriu um flanco à direita para Macron atrair votos. Isto não vai se repetir no próximo ano.
A União de Esquerda, liderada pelo Partido Socialista (PS), ganhou em cinco regiões da França Metropolitana em aliança com Europa Ecologia-Os Verdes (EELV), na Guiana Francesa e na Ilha a Reunião. O resultado deixa claro que há espaço para uma coalizão verde-rosa entre a esquerda tradicional e os ecologistas se conseguirem chegar a um candidato de consenso.
Os conselhos regionais tem competência limitada para atuar no desenvolvimento regional, transportes intrarregional e ensino médio.
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