Com pouco mais de 83% das urnas apuradas, a candidata direitista Keiko Fujimori, da aliança Força Popular, lidera a contagem dos votos no segundo turno da eleição presidencial no Peru com 51,2% contra 48,8% para o professor Pedro Castillo, de extrema esquerda, da aliança Peru Livre. São dois candidatos autoritários. Deve ganhar quem tiver menor rejeição. Falta contar os votos de zonas rurais e da selva, onde Castillo deve levar vantagem, e do exterior, onde Keiko vence com 63% até agora.
Ex-deputada pela região metropolitana de Lima, Keiko Sofía Fujimori Higuchi, de 45 anos, é filha do ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000), preso por corrupção e violações dos direitos humanos, a quem deve conceder indulto se for eleita.
Em 2011 e 2016, Keiko Fujimori perdeu as eleições presidenciais no segundo turno por margens estreitas para Ollanta Humala (2011-16) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-18). Já esteve presa e está sendo processada por desdobramentos da Operação Lava Jato no Peru, em que todos os presidentes do século foram acusados de receber propina da construtora brasileira Odebrecht.
José Pedro Castillo, de 51 anos, um sindicalista e professor de origem indígena foi a grande surpresa do primeiro turno, superando os candidatos mais cotados. Ficou famoso por liderar uma greve nacional de professores em 2017.
Conservador nos costumes, é contra a legalização do aborto, o casamento gay e o ensino da igualdade de gênero nas escolas. Na economia, Castillo tem uma plataforma radical de esquerda com propostas de convocar uma Assembleia Constituinte para superar a Constituição de 1993, do governo Alberto Fujimori, e renegociar os contratos com as mineradoras.
O duelo é visto como um sintoma das diferenças e desigualdades entre a capital, Lima, e o litoral, as regiões mais ricas, e o interior pobre do Peru, as regiões da Cordilheira dos Andes e da Floresta Amazônica.
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