Quando anunciou a morte de Ossama ben Laden, o presidente Barack Obama agradeceu a cooperação do Paquistão, como se fosse uma operação conjunta. Mas o presidente Assif Ali Zardari afirmou ontem à noite que não sabia de nada. Talvez queira se proteger de retaliações.
É difícil imaginar que os militares paquistanes ignorassem a presença de Ben Laden em Abotabade, sede de maior academia militar de um país dominado desde a independência pelas Forças Armadas, que se consideram fiadoras de sua independência.
Na Índia, os jornais destacam ao mesmo tempo a morte de Ben Laden e a cobertura que o Paquistão dá a grupos terroristas, inclusive os que lutam contra a soberania indiana sobre a Caxemira.
Mas também é difícil acreditar que uma operação de comandos transportados de helicóptero em meio a uma cidade dominada por militares pudesse ser realizada sem consentimento das autoridades locais.
Neste momento, a TV mostra fotos do gabinete de guerra do governo Barack Obama assistindo a operação militar ao vivo. Foram os 40 minutos mais longos de suas vidas.
Para o ex-agente da CIA Robert Baer, em entrevista à BBC, os EUA devem ter advertido que, se não recebessem autorização para invadir o espaço aéreo paquistanês, teriam de fazer um bombardeio aéreo com mísseis e aviões bombardeiros B-52, que causariam um estrago enorme em terra e provavelmente matariam grande quantidade de civis.
O problema para o Paquistão é que os extremistas muçulmanos não são instrumentos dóceis dos generais que os manipulam. Eles estão em guerra contra o Estado desde o ataque à Mesquita Vermelha de Islamabade, em junho de 2007. Mataram, em 27 de dezembro daquele ano, a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, que concorria à reeleição.
Ao contrário do que dizem as autoridades paquistanesas, a guerra contra o terrorismo não é uma guerra só dos EUA. Morrem mais paquistaneses do que americanos, sem que o poder civil do Paquistão, eterno refém dos militares, tome as medidas necessárias.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
8 comentários:
Ben rsss, ben laden rsss, você é um comediante rssss.
Direrentemente do mundo, aqui ele é "ben" rsssss
hahha, censurou a minha postagem anterior hahahahha, covardão.
Não censuro nada aqui, a não ser agressões pessoais, mas o Google usa um filtro para eliminar comentários indevidos.
Quanto à grafia, uso Ben Laden porque Bin Laden é uma transliteração do inglês. Optei pela grafia usada nos demais países latinos, em Portugal, na Espanha, na França e no resto da América Latina.
Por que temos de ficar macaqueando grafias inglesas? Um dos objetivos deste blogue é defender a língua portuguesa.
Censurou sim, não culpe o Google. Até por que não teve nada de ofensivo quando eu disse que você defende o português, mas faz o copia e cola do texto em espanhol. Mas, nem perca tempo me respondendo, pois não virei mais a esse belo blogue.
Reproduzi um depoimento que me pareceu interessante, citando a fonte, na língua original. Sou o editor deste blogue, os critérios de publicação são meus.
Ué, agora é blogue? Então coloque lá em cima "blogue do jornalista..."
E são por causas desse critérios que cai fora e fui procurar blogues sérios!
Este blogue pretende discutir política internacional e não ficar fazendo picuinhas, nem alimentar briguinhas pessoais.
Discute sozinho...?
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