Em mais um passo para sufocar a organização não governamental WikiLeaks, que divulgou nesta semana mais de 251mil documentos sigilosos da diplomacia dos Estados Unidos, a empresa de transferência de dinheiro via Internet PayPal fechou a conta usada para receber doações e colaborações.
O WikiLeaks está sob uma tremenda pressão do governo dos EUA, que está levando as empresas americanas a cortar relações com a ONG. Ontem, o sítio foi transferido para um endereço na Suíça. O ministro para economia digital da França, Eric Besson, pediu que a ONG seja proibida de hospedar o WikiLeaks em servidores franceses.
Seu fundador, o australiano Julian Assange, teve a prisão pedida pela polícia internacional Interpol por acusações de violência sexual na Suécia. Ele estaria escondido no Reino Unido.
Aparentemente, o WikiLeaks é uma empreitada anarquista, um grupo de hackers dedicado a expor o que considera práticas ilegítimas de governos e empresas. Não poderia ser enquadrado na Lei de Espionagem dos EUA porque não está a serviço de outro país.
Ao que parece, sempre fazendo essa ressalva, é uma iniciativa cidadã de democracia radical.
A diplomacia exige um grau de sigilo para que os diplomatas possam dizer a seus governos o que realmente pensam e também para negociar questões delicadas.
Durante dois anos, as negociações entre Israel e os palestinos se perderam em declarações públicas para marcar posição. Foi necessária uma negociação secreta intermediada pela Noruega para se chegar aos Acordos de Oslo e ao famoso aperto de mão entre o líder da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat, e o primeiro-ministro israelense, Yitzhak Ragin, nos jardins da Casa Branca.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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