Um novo míssil antinavio da China capaz de alterar significativamente o equilíbrio de forças no Oceano Pacífico já está em condições operacionais, revelou o almirante Robert Willard, comandante militar dos Estados Unidos para o Pacífico.
O mísseil balístico foi projetado para atacar porta-aviões, neutralizando em parte a superioridade naval dos EUA em armas convencionais.
Em 1996, quando a China ameaçou as eleições democráticas em Taiwan, os EUA enviaram um grupo naval liderado por um porta-aviões para o Estreito de Taiwan. Como a China considera Taiwan uma província rebelde, entende que houve uma invasão de seu mar territorial.
A partir de agora, a China está preparada para manter os aviões americanos à distância. Com o crescente poderio naval chinês, o Japão está reorientando sua política de defesa.
O maior inimigo deixa de ser a União Soviética e sua herdeira a Rússia, que o Japão derrotou na Guerra do Pacífico (1904-05). Passa a ser a China, que o Japão invadiu em 1931 e 1937, dando início à Segunda Guerra Mundial na Ásia.
É improvável uma guerra entre os EUA e a China, dada a interdependência de suas duas economias e o desastre que significaria. Mas a concorrência estratégica é inevitável, na medida em que a China cresce para se tornar a maior economia do mundo, investe cada vez mais em alta tecnologia e moderniza suas Forças Armadas.
Ao mesmo tempo, mesmo que a China diga que aprendeu com os erros da Alemanha e da URSS, os EUA tentam articular uma aliança com a Índia, além do acordo militar que já tem com o Japão, para contrabalançar o poderio chinês. E a guerra hoje é feita com mísseis.
Os porta-aviões se tornaram obsoletos na guerra ultramoderna. Servem em situações de ampla superioridade, mas são vulneráveis diante de um inimigo com uma capacidade tecnológica crescente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
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