A cadeira destinada ao dissidente chinês Liu Xiaobo ficou vazia hoje na cerimônia de premiação em Oslo. Nem ele nem ninguém da família foi autorizado a sair da China para receber a honraria, o que por si só já justifica a premiação, afirmaram os responsáveis. À distância, Liu dedicou o prêmio aos mortos no massacre na Praça da Paz Celestial, em 1989.
O presidente do Comitê do Nobel, Thorbjorn Jagland, elogiou a China por tirar milhões de pessoas da pobreza, mas pediu a libertação de Liu e disse que “o novo status do país aumenta a responsabilidade. A China deve estar preparada para aceitar a crítica e vê-la como uma oportunidade para melhorar”.
Jagland lamentou a ausência de Liu, isolado numa prisão no Nordeste da China. Sob aplausos da audiência, ele afirmou que "Liu apenas exerceu seus direitos civis, não fez nada de errado e deve ser libertado.
A atriz Liv Ullmann leu a declaração final de Liu em seu julgamento na China reafirmando sua inocência. Nos EUA, o presidente Barack Obama, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2009, declarou que Liu merece mais o prêmio do que ele.
Na China, o governo censurou até a expressão “cadeira vazia” na Internet para tentar evitar que a notícia seja difundida no país. Em Beijim, o policiamento foi reforçado na Praça da Paz Celestial e ao redor do conjunto habitacional onde mora a mulher de Liu, Liu Xia.
Houve protestos de chineses em Oslo contra a premiação. À noite, europeus e dissidentes enfrentaram um frio de -8ºC numa procissão luminoso para homenagear Liu Xiaobo e pedir "democracia na China já".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário