O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, enfrenta nesta terça-feira, 14 de dezembro de 2010, duas moções de desconfiança, na Câmara e no Senado. Pode ser o início do fim de uma carreira política marcada por escândalos e controvérsias.
Aos 74 anos, Berlusconi é o homem mais rico e o chefe de governo da Itália. Está confiante. Ele deve vencer no Senado, mas pode perder na Câmara, o que o obrigaria a renunciar.
Neste caso, ele ainda teria a chance de tentar formar uma nova coalizão de governo, depois que o presidente da Câmara, Gianfranco Fini, um ex-aliado, cansado das trapalhadas do primeiro-ministro, retirou o apoio de 40 deputados ao governo.
Berlusconi entrou para a política em 1994, no vácuo político criado pelo colapso da Democracia Cristã. O partido de centro-direita que dominava a política italiana no pós-guerra naufragou com a onda de denúncias de corrupção que varreu a classe política do país na Operação Mãos Limpas.
O ex-procurador anticorrupção e atual senador Antonio di Pietro acusa Berlusconi de "humilhar as instituições, arrasar a economia e desmoralizar a Itália". Ele espera que a carreira do atual primeiro-ministro esteja chegando ao fim.
Foram tantos escândalos de corrupção e sexo, festas com adolescentes, conversas telefônicas com prostitutas reveladas publicamente que a revista rockeira americana Rolling Stone deu uma capa com Berlusconi, insinuando que o primeiro-ministro italiano leva uma vida de popstar.
Se perder amanhã, Berlusconi deve renunciar, mas terá a chance de formar um novo governo. Também pode antecipar as eleições e tentar a sorte mais uma vez.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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