A diferença que a Espanha está tendo de pagar em juros, na comparação com a Alemanha, para refinanciar sua dívida pública chegou ontem a 2,35 pontos percentuais, um recorde desde a introdução do euro, em 1999.
Com o plano de ajuste fiscal que a Irlanda deve anunciar hoje para economizar 15 bilhões de euros, cerca de R$ 35 bilhões de reais, na expectativa de receber uma ajuda de emergência de pelo menos 80 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, as atenções do mercado se voltam para outras economias fragilizadas na periferia da zona do euro: Portugal e Espanha.
Portugal argumenta que seu caso é diferente porque o país não sofreu um colapso do mercado imobiliário e seu sistema financeiro está em boa situação. O problema é que o país quase não cresce desde 2000 e assim terá dificuldade para honrar suas dívidas.
Ao mesmo tempo, a crise irlandesa derrubou o governo. Em Portugal, a oposição lidera as pesquisas eleitorais e está dificultando a aprovação do orçamento para conter o déficit orçamentário. Na Espanha, o governo socialista é minoritário e está atrás nas pesquisas.
Com a expectativa de mudança de governo em três países fragilizados, os economistas se perguntam se os novos governantes terão estômago para adotar as medidas duras para equilibrar as contas públicas de uma crise pela qual não se consideram responsáveis.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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