O governo Barack Obama reafirmou hoje o compromisso de fechar o centro de detenção instalado na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba, e de levar seus presos a julgamento na Justiça civil dos Estados Unidos.
A absolvição de Ahmed Ghailani, acusado pelos atentados que mataram 226 pessoas embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia, em 284 das 285 acusações, inclusive de assassinato e de conspiração para matar, complicou a situação. Foi o primeiro preso de Guantânamo julgado em território americano. A Justiça se negou a aceitar provas obtidas mediante tortura.
"Estou com nojo por causa de uma decisão judicial totalmente injusta num tribunal federal da Nova York", declarou na Câmara o deputado republicano Peter King, membro da Comissão de Segurança Interna. "Este veredito trágico demonstra a total insanidade da decisão do governo Obama de julgar terrorista da rede Al Caeda na Justiça comum."
A prisão de Guantânamo foi a saída encontrada pelo governo George W. Bush para deter indefinidamente os presos na sua guerra contra o terrorismo sem lhes dar os direitos garantidos pela Convenção de Genebra sobre Prisioneiros de Guerra. É uma aberração jurídica. Na campanha, Obama prometeu acabar com isso.
O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, alegou que Ghailani pode pegar 20 anos de cadeia. Mas a oposição republicana, que recuperou a maioria na Câmara nas eleições de 2 de novembro de 2010, que impedir o presidente de fechar a prisão de Guantânamo e levar os presos para os EUA.
Diante do fracasso do processo contra Ghailani, fica difícil julgar em Nova York o principal acusado de planejar os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, Khaled Cheikh Mohammed, que confessou seus crimes depois de ser submetido a simulações de afogamento, como o próprio ex-presidente George W. Bush admite em suas memórias.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Na hora de escrever site, você vai para o sítio. Na hora de escrever Nova Iorque, vai para o York!?!?!
Desde a última reforma ortográfica, K, Y e W passaram a ser aceitas na língua portuguesa. Passei a usar a grafia adotada pelos grandes jornais. Antes, escrevia Nova Iorque.
A tradução de site para português é sítio. Como este é um país colonizado que adora estrangeirismos, a maioria das pessoas no Brasil usa site, o que jamais seria feito em Portugal, onde eles prezam mais a língua.
Postar um comentário