A Alemanha e a França, as duas maiores economias da zona do euro, estão pressionando a Irlanda a aumentar a alíquota do imposto para empresas, de apenas 12,5%. O governo irlandês considera o impostos baixo a pedra fundamental de sua política industrial e deve resistir.
Com um modelo econômico mais próximo do liberalismo anglo-saxão, a Irlanda se tornou o tigre europeu, atraiu muito investimento estrageiro e elevou sua renda per capita acima de qualquer outro país da União Europeia, menos Luxemburgo.
Essa política sempre despertou ciúmes da Alemanha e da França, que têm cargas fiscais pesadas, de cerca de 50% de seus produtos internos brutos. Mas não foi o imposto baixo que causou a crise irlandesa, e por isso a manobra franco-alemã é de um oportunismo descarado.
O problema da Irlanda foi o colapso do mercado imobiliário, que deixou os bancos do país com uma série de dívidas incobráveis. Para evitar o colapso do sistema financeiro, o governo assumiu o prejuízo dos bancos, elevando o déficit orçamentário previsto para 2010 para impressionantes 32% do PIB.
Foi aí que o mercado financeiro começou a duvidar da capacidade da Irlanda de pagar suas dívidas, que passaram de cerca de 60% para 100% do PIB. Mas agora a missão da União Europeia que chegou ontem a Dublin para negociar uma ajuda de 100 bilhões de euros quer incluir entre as exigências a antiga reivindicação da Alemanha e da França para que o país desmonte sua política industrial de impostos baixos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário