Cuba soltou e expulsou do país cinco presos políticos e suas famílias, e deve libertar outros 47 nos próximos quatro meses, anunciou hoje a Igreja Católica, depois de uma reunião do arcebispo de Havana e do ministro do Exterior da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, com o presidente Raúl Castro.
Com a maior libertação de presos em Cuba desde 1998, saem da cadeia todos os presos do Grupo dos 75, que promoveram uma onda de protestos contra o regime comunista cubano em 2003. Um terço dos 167 presos políticos cubanos será solto.
O dissidente Guillermo Coco Fariñas prometeu encerrar a greve de fome iniciada em 24 de fevereiro, um dia após a morte de Orlando Zapata Tamayo, que fazia greve de fome.
Para a líder do grupo das Damas de Branco, mulheres e parentes dos presos do Grupo dos 75, foi uma surpresa agradável. Ela disse que só espera que eles não sejam soltos para que outros cubanos sejam presos. Quer "mudança real" e "democracia" em Cuba.
Já o presidente da Comissão Independente de Direito Humanos de Cuba, o dissidente Elizardo Sánchez, observou que o regime dos irmãos Castro está expulsando do país os prisioneiros políticos libertados e mandando-os para a Espanha: "Eles saem da prisão para o exílio."
Sánchez também se pergunta por que um regime tão poderoso como o cubano precisa de quatro meses para libertar os outros presos políticos.
A blogueira Yoani Sánchez comentou no Twitter: "Bem-vindas as libertações. Falta agora desmontar o aparelho repressivo contra a opinião".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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