LONDRES - O atual governo britânico, uma coligação entre os partidos Conservador e Liberal-Democrata, é mais radical do que os de Margaret Thatcher, afirmou o chefe da Casa Civil, Francis Maude, que foi o principal dirigente conservador na equipe de transição.
Em entrevista ao jornal The Independent, declarou que "uma das coisas que mais Thatcher mais lamentava era não ter pressionado rápida e vigorosamente. As grandes reformas de Thatcher só começaram em 1983".
Da mesma forma, prosseguiu Maude, "o governo Tony Blair não perdeu cem dias, perdeu os primeiros quatro anos. Em comparação, nós nos preparamos com cuidado. Estamos prontos para sair correndo."
Essas declarações devem desagradar o eleitorado e a bancada liberais-democratas. Eles temem que a ânsia dos conservadores para cortar gastos e equilibrar as contas públicas tenham um efeito recessivo e atinjam diretamente o partido.
Quem votou nos conservadores em 6 de maio sabia que a proposta era cortar gastos do governo. Mas grande parte do voto liberal-democrata veio de um eleitorado de centro-esquerda descontente com o governo trabalhista do primeiro-ministro Gordon Brown.
Se, na prática, o governo agir com base no programa conservador, os liberais-democratas corrrem sério de punição nas próximas eleições.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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