O Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas decidiu hoje que a declaração de independência do Kossovo em relação à Sérvia, em 2008, não violou o direito internacional. A decisão precisa ser ratificada pela Assembleia Geral da ONU.
Na Sérvia, o governo declarou que jamais vai reconhecer a independência do Kossovo, uma província cuja história está intimamente ligada à Sérvia.
A derrota do rei sérvio para o Império Otomano, em 28 de junho de 1389, é o mito fundador do nacionalismo sérvio. O país só recuperou a independência em 1830. Na mesma data, um extremista sérvio matou o herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, em 1914, deflagrando a Primeira Guerra Mundial.
Em 1987, ao fazer uma declaração pública em defesa da minoria sérvia no Kossovo, o então líder comunista Slobodan Milosevic autorizou o renascimento dos nacionalismos que acabaram por destroçar a antiga Iugoslávia em guerras sangrantas nos anos 90.
Na última guerra, em 1999, a Sérvia se rendeu depois de 78 dias de bombardeio aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos.
Desde então, o Kossovo se tornou uma espécie de protetorado da sociedade internacional. Em 2008, declarou a independência, não reconhecida por vários países europeus com movimentos separatistas, como Grécia e Irlanda, além da Sérvia e da Rússia,
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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