Os Estados Unidos enfrentam uma decisão agoniante: divulgar ou não fotos para provar que o terrorista mais procurado do mundo foi morto no domingo. A discussão é intensa entre a Casa Branca, a CIA, o Pentágono e o Departamento de Estado.
Alguns altos funcionários entendem que bastam o exame de DNA e o reconhecimento da mulher de Ben Laden. O repórter especial da CNN John King chegou a noticiar que a foto sairia hoje, mas até agora nada.
É uma decisão difícil, avalia o professor de religião Emad El-Din Shahin, da Universidade Notre-Dame, nos EUA: "De um lado, é preciso mostrar ao mundo que Ben Laden está morto; do outro, é preciso evitar provocações aos sentimentos dos muçulmanos capazes de enraivecer ainda mais seus seguidores. Seria melhor se os EUA pudessem comprovar a morte sem mostrar fotos do cadáver".
Shahin considera problemática e um insulto ao Islã os EUA terem jogado o corpo do terrorista no mar: "O chefe de Al-Azhar, a mais antiga instituição religiosa muçulmana, descreveu a decisão de jogar o cadáver no mar como 'uma afronta à religião e aos valores humanos'. Mostrar essa imagem não seria inteligente."
O objetivo evidente é evitar que exista um túmulo capaz de transformar num local da romaria ao mártir Ossama ben Laden.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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