O Tribunal Internacional das Nações Unidas, com sede em Haia, na Holanda, conclui que o Uruguai não violou fundamentalmente o Estatuto do Rio Uruguai, um acordo assinado com a Argentina em 1975 sobre o uso compartilhado do rio, quando autorizou a instalação de fábricas de celulose na sua margem oriental.
A Corte Internacional de Justiça rejeitou assim o pedido argentino para fechar a fábrica instalada pela empresa finlandesa Botnia em Fray Bentos, no Uruguai. Mas concluiu que o Uruguai não seguiu os procedimentos do tratado ao não consultar a Argentina sobre a instalação das fábricas de papel e celulose. E propôs um monitoramento conjunto do impacto ambiental.
Já dura quase cinco anos esse conflito conhecido nos países vizinhos como a "guerra das papeleiras". Duas fábricas, uma finlandesa e outra do grupo espanhol Ence, do lado uruguaio do Rio, num investimento de US$ 2 bilhões, equivalentes a 15% do produto interno bruto da República Oriental do Uruguai.
Na Argentina, os moradores da cidade de Gualeguaychú prometem manter o bloqueio da ponte internacional, iniciado há três anos e meio, com o apoio, na época, do então presidente Néstor Kirchner. Eles insistem que a Botnia está contaminando o Rio Uruguai e exalando mau cheiro.
Como o acordo entre os dois países não há referências a mau cheiro nem a queda no turismo, o tribunal de Haia ignorou essas demandas argentinas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário