A exemplo do que fizeram com os títulos da dívida hipotecária caloteada nos Estados Unidos, bancos de Wall Street, o centro financeiro de Nova York, ajudaram o governo da Grécia a esconder a dívida pública que agora ameaça a estabilidade do euro, revela hoje o jornal The New York Times.
Uma operação arquitetada pelo banco Goldman Sachs permitiu escamotear bilhões de dólares em dívidas.
No início de novembro de 2009, três antes do problema fiscal grego ficar evidente, uma equipe do Goldman Sachs chefiada por seu presidente, Gary Cohn, chegou a Atenas sugerindo o uso de um instrumento financeiro para adiar o aparecimento da crise. O NY Times compara com o refinanciamento das dívidas da casa própria.
Observadores da economia grega notaram que o banco já tinha feito algo parecido antes, em 2001, logo depois que a Grécia aderiu à união monetária europeia, adotando o euro como moeda.
A adesão ao euro deu uma moeda forte e baixou os juros cobrados no país, que nem de longe tem a produtividade das grandes economias da zona do euro, como Alemanha e França. O crescimento da Grécia se baseou em consumo e levou à acumulação de dívidas.
Com a Grande Recessão, a dívida pública grega explodiu, podendo chegar a 125% do produto interno bruto neste ano. Ela nunca tinha sido enquadrada dentro do limite de 60% do PIB, como prevê o Pacto de Estabilidade e Crescimento Econômico que dá lastro ao euro.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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