sábado, 20 de fevereiro de 2010

Guerra no Afeganistão derruba governo da Holanda

A demissão de 12 ministros do Partido Trabalhista contrários à participação da Holanda na Guerra do Afeganistão derrubou na madrugada deste sábado o governo de coalizão liderado pelo primeiro-ministro democrata-cristão Jan Peter Balkenende.

Os trabalhistas querem rejeitar o pedido da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, para que as tropas holandeses fiquem no Afeganistão mais um ano, pelo menos até agosto de 2011 em missões de treinamento das forças de segurança afegãs. Insistem em manter a retirada prevista para o final deste ano.

Cerca de 1.950 soldados holandeses servem na província de Urusgã, no Sul do Afeganistão.

A União Cristã e o Apelo Democrata-Cristão, de Balkenende, estavam a favor da extensão do mandato das tropas holandesas. Não foi suficiente. O primeiro-ministro já pediu demissão à rainha Beatrix.

Na segunda-feira, a rainha vai a Haia, sede do parlamento, discutir a crise política com Balkenende e os líderes dos outros partidos da coalizão que governa a Holanda há três anos. As eleições legislativas previstas para março de 2011 podem ser antecipadas para maio deste ano.

Pelo artigo 5 da Carta da OTAN, criada em 1949 durante a Guerra Fria para se opor à União Soviética, um ataque contra cada um de seus membros é um ataque contra todos. No dia 12 de setembro de 2001, um dia depois dos atentados contra Nova York e o Pentágono, a aliança militar colocou suas forças à disposição dos EUA.

Mas, meses depois de invadir o Afeganistão, derrubar o regime fundamentalista dos Talebã (Estudantes) e colocar a rede terrorista Al Caeda em fuga, o então presidente americano George W. Bush desviou as atenções e os recursos para invadir o Iraque, em março de 2003, sem concluir a missão afegã.

Com os problemas da ocupação do Iraque, o Afeganistão voltou a ser abandonado. Nos últimos dois anos, os Talebã se reagruparam e voltaram a atacar o governo instalado pelos EUA em quase todo o país.

O atual presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu retirar as forças americanas do Iraque até o fim de 2011 e aumentou o contingente no Afeganistão para cerca de 100 mil soldados na sua nova estratégia. Conta com a colaboração dos aliados da OTAN.

Ao invadir o Iraque com o falso pretexto das armas de destruição em massa e sem a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, os Estados Unidos perderam o apoio e a solidariedade da opinião pública da Europa.

As guerras de Bush seriam as principais causas dos atentados terroristas de 11 de março de 2004 em Madri e de 7 de julho de 2005 em Londres. A ameaça de retaliação terrorista paira sobre os países que apoiarem guerra dos EUA em países muçulmanos.

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