O presidente da França, Nicolas Sarkozy, chegou hoje ao Haiti prometendo um total de 328 milhões de euros, cerca de R$ 817 milhões, de ajuda ao país, devastado em 12 de janeiro de 2010 por um terremoto que teria matado mais de 230 mil pessoas, o que o torna uma das piores catástrofes naturais da História.
Sarkozy é o primeiro presidente francês a visitar o país, uma ex-colônia sobre a qual pesou no século 19 uma enorme dívida cobrada pela antiga potência colonial que está na origem do subdesenvolvimento crônico do Haiti.
Primeira república negra independente, depois de uma revolta de escravos que derrotou até um general de Napoleão, além do Império Britânico, o Haiti foi isolado pelas potências da época e condenado à miséria pelo isolamento e a dívida.
Logo, as elites locais começaram a brigar entre si. Historicamente, extraem renda do campo, explorando ao limite uma agricultura que já fez do Haiti o produtor de 25% do açúcar comercializado internacionalmente.
A anarquia levou a uma intervenção militar americana de 1915 a 1934. Durante a guerra fria, os Estados Unidos apoiaram a cruel ditadura da família Duvalier, que aterrorizou o país de 1957 e 1986.
Desde então, houve eleições democráticas mas não estabilidade. O presidente Jean-Bertrand Aristide, eleito em 1990, foi deposto no ano seguinte por um golpe liderado pelo general Raoul Cedras.
Em 1994, nova intervenção americana reinstalou Aristide no poder. Ele completou o mandato e transferiu o cargo democraticamente ao atual presidente René Preval.
Reeleito em 2000, Aristide governou até 29 de fevereiro de 2004, quando foi afastado sob pressão dos EUA e da França em meio a uma onda de anarquia com uma revolta de ex-militares que ameaçava deflagrar uma guerra civil.
Desde então, o Brasil lidera a Missão de Paz das Nações Unidas para Estabilizar o Haiti (Minustah).
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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