O ex-primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu, líder do partido Likud, é o favorito para chefiar o novo governo a ser criado com base nas eleições de amanhã, em Israel.
Nos últimos dias, o partido Kadima (Avante), liderado pela ministra do Exterior, Tzipi Livni, aproximou-se do Likud. Mas nenhum partido deve conseguir nem 30 das 120 cadeiras da Knesset, o Parlamento de Israel.
Com o avanço da linha dura depois da recente guerra contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), acredita-se que Netanyahu terá mais condições de formar um governo estável.
Pelas pesquisas, o Likud deve eleger 27 deputados, um a menos do que Kadima tem hoje. O partido do primeiro-ministro interino Ehud Olmert, derrubado por corrupção e da ministra Tzipi Livni, deve ficar um pouco abaixo.
A grande surpresa é o avanço do partido ultraconservador Israel Beiteinu (Israel Nossa Casa), liderado pelo imigrante russo Avigdor Lieberman, que questiona o direito à cidadania dos árabes israelenses. Tentou até impedir a participação de seus partidos nas eleições.
Com a expectativa de eleger 18 deputados, a bancada da Beiteinu terá um papel importante na formação e na instabilidade do futuro governo. Está na frente do Partido Trabalhista, que fundou Israel e governou o país durante a primeira metade de sua História.
Sob a liderança do atual ministro da Defesa, Ehud Barak, os trabalhistas devem ver sua bancada encolher para 14 deputados, apesar da atuação destacada e elogiada de Barak na luta contra o Hamas.
O grande tema da campanha é a segurança. Depois do fraco desempenho na guerra contra a milícia fundamentalista xiita Hesbolá, no Líbano, em 2006, os líderes israelenses acreditam que a campanha em Gaza restabeleceu a credibilidade militar de Israel como uma força capaz de dissuadir seus inimigos.
Enquanto os trabalhistas e o Kadima querem aproveitar o interesse do presidente Barack Obama para negociar a paz com a criação de um Estado palestino independente, Netanyahu e Lieberman atrapalham os planos de Obama.
Netanyahu fez campanha acusando o governo de ter terminando a guerra contra o Hamas antes da hora, desperdiçando a oportunidade de tirar do poder o grupo extremista palestino. O Hamas domina Gaza desde que venceu a Fatah do presidente palestino, Mahmoud Abbas, numa guerra civil palestina, em junho de 2007.
Mas a maior tormenta no horizonte é o programa nuclear do Irã, que está desenvolvendo a bomba atômica.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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